"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

sexta-feira, 27 de maio de 2016

O JOGO DE CENA PARA AMACIAR E DAR CARÁTER DE 'MERA OPINIÃO' A UMA TRAMA SINISTRA

Até senador do PT não acha gravações de Renan e Sarney comprometedoras

São opiniões que muita gente aqui tem, diz Humberto Costa



















Senadores da base aliada do governo e da oposição avaliam que as gravações envolvendo o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e o ex-presidente e ex-senador José Sarney (PMDB-AP) em diálogos com o ex-presidente da Transpetro e ex-senador Sérgio Machado não representam indícios de que os peemedebistas cometeram atos ilícitos.
O petista defendeu que todos os fatos relatados nas conversas sejam investigados.
NEGOCIAR COM O STF
Reportagens da Folha desta quarta (25) mostram que Renan disse a Machado apoiar uma mudança na lei que trata da delação premiada de forma a impedir que um preso se torne delator – procedimento central utilizado pela Operação Lava Jato.
Renan sugeriu que, após enfrentar esse assunto, também poderia “negociar” com membros do STF (Supremo Tribunal Federal) “a transição” de Dilma Rousseff, presidente hoje afastada.
Já Sarney prometeu a Machado que poderia ajudá-lo a evitar que seu caso fosse transferido para a vara do juiz federal Sergio Moro, em Curitiba (PR), mas “sem meter advogado no meio”.
As conversas foram gravadas pelo próprio Machado, que nesta terça-feira fechou um acordo de delação premiada no STF. Renan e o ex-presidente da Transpetro são investigados pela Lava Jato.
POSIÇÕES PÚBLICAS
Para o líder do PMDB, Eunício Oliveira (CE), não há, entre os senadores da sigla, preocupações com as gravações. 
“O que foi colocado pelo presidente do Senado, é uma posição pública de dizer que havia necessidade de fazer uma movimentação no sentido de que as delações não fossem feitas quando alguém estivesse ainda sob custódia. 
Essa é uma posição pública que eu mesmo ouvi várias vezes. Então não vejo nenhuma novidade”, disse.
O líder do PSDB, Cássio Cunha Lima (PB), chamou Machado de “cretino” e “bandido da mais alta periculosidade”. “Não há nenhum fato de obstrução, mas opiniões que já foram externadas de forma pública”, disse.
O tucano criticou ainda as referências feitas ao senador Aécio Neves (PSDB-MG) nas gravações. “Ele não apresenta um só fato, muito menos uma prova. Cita o nome de Aécio para tentar passar menos tempo na cadeia. Ele tenta levar outras pessoas para o lugar que está e não sairá: a lama”.
Para Cássio, nenhum governo é capaz de deter o avanço das investigações da Lava Jato. “Por mais que especulem, ela não vai parar”, disse.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
 


Como se vê, até mesmo o líder do governo Dilma, Humberto Costa (PT-PE), faz uma leitura menos escandalosa das gravações de Renan e Sarney. 
O diálogo de teor mais grave e disparatado é de Jucá, que realmente parece ter perdido o juízo, como é moda atualmente em Brasília. 
O mais importante é que a divulgação das gravações não muda nada em relação ao impeachment de Dilma. 
E o resultado mais palpável é que o Supremo aumentará o rigor contra a corrupção e a Lava Jato sai fortalecida desses episódios. (C.N.)

27 de maio de 2016
Débora Álvares e Mariana Haubert
Folha


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