"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

terça-feira, 10 de maio de 2016

DOLEIRO DIZ QUE MARANHÃO, SUCESSOR DE CUNHA, TAMBÉM RECEBIA PROPINAS


Num dos  depoimentos, Youssef entregou Maranhão
O novo presidente da Câmara, deputado Waldir Maranhão (PP-MA), é alvo da Operação Lava Jato e da memória do doleiro Alberto Youssef, personagem central da investigação sobre esquema de corrupção que se instalou na Petrobrás entre 2004 e 2014. Um dos delatores-bomba da Lava Jato, Youssef listou Waldir Maranhão como um dos deputados que ‘eventualmente’ passavam em seu escritório, em São Paulo, ‘para conversar ou pegar a sua parte do comissionamento’.
Alberto Youssef era controlador da GFD Investimentos, empresa de fachada por meio da qual o doleiro repassava propinas a políticos. A GFD ficava em São Paulo.
MENÇÃO A JANENE
Em um trecho de seu relato, o doleiro fez menção ao ex-deputado José Janene (PP/PR), morto em 2010, apontado como o mentor do esquema Lava Jato.
“Acredita que houvesse junto ao escritório da GFD alguma anotação acerca de valores repassados aos mencionados parlamentares, uma vez se tratando de um procedimento excepcional, sendo que os recursos entregues na sede da GFD eram de fato descontados daquilo que era mensalmente pago aos parlamentares; que isso era comunicado a José Janene e aos demais líderes para conhecimento”, disse Youssef.
MARANHÃO NA LISTA
O doleiro colocou Waldir Maranhão em uma lista de deputados do PP que ele tinha ‘certeza de que receberam valores’.
“A distribuição do dinheiro iniciava com José Janene, o qual receberia a porção maior, por ser o organizador do esquema”, declarou Youssef. “A média de ingresso de receitas era de cerca de R$ 4 a 5 milhões; que, os demais parlamentares recebiam entre R$ 10 e 150 mil mensais conforme a sua força política dentro do partido; que os repasses eram feitos em espécie.”
NÃO HAVIA CONTROLE
De acordo com o depoimento de Youssef, não havia controle do dinheiro que entrava e o que repassava aos parlamentares.
Ele afirmou que o então diretor de Abastecimento da Petrobrás, Paulo Roberto Costa, e o assessor de Janene, João Claudio Genu, ficavam com uma parte do dinheiro. “Tão logo recebia esses valores o declarante repassava as comissões de Paulo Roberto e Genu e retirava a sua parte, entregando em seguida os recursos pertencentes ao Partido.”
MARANHÃO NEGA
Waldir Maranhão nega que tenha recebido quaisquer benefícios indevidos, reitera que já prestou depoimento sobre o assunto e continua a disposição das autoridades para esclarecimentos.

09 de maio de 2016
Julia Affonso, Mateus Coutinho, Ricardo Brandt e Fausto Macedo
Estadão

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