Não adianta a presidente Dilma e seus aliados proclamarem, no Brasil e no exterior, que o impeachment é golpe. Como dizia o famoso jesuíta espanhol Óscar Quevedo, que representava a Igreja Católica em embates religiosos aqui no Brasil e carregava no sotaque, “isso não ecxiste”. Realmente, não pode haver golpe previsto na Constituição. Trata-se de uma equação juridicamente simples – se é uma medida constitucional, jamais pode ser considerada golpe, como dizem os verdadeiros juristas.
Mas a presidente Dilma e seus aliados insistem no chamado “jus sperniandi”, ao mesmo tempo em que tentam desesperadamente comprar a consciência de deputados que aceitariam se vender por 30 dinheiros, mas de repente lembram que terão de se dirigir ao microfone do plenário e dizer não, na hora de votar o impeachment que a nação exige, conforme todas as pesquisas comprovam.
CHAMADA NOMINAL
Para os deputados governistas manterem um mínimo de privacidade, a pressão na Câmara era no sentido de que a votação fosse no sistema eletrônico, em que os parlamentares optam em apertar os botões de “sim”, “não” ou “abstenção”, e o resultado vai direto para o painel instalado no plenário.
Mas será adotado o método mais transparente e tradicional, com a secretaria da Mesa chamando os deputados um a um, exatamente como ocorreu no impeachment do presidente Fernando Collor. E a chamada vai começar pelos representantes da Região Sul, o que significa que desde o início o placar será amplamente favorável ao impeachment, deixando constrangido que for votar contra.
PRESSÃO IRRESISTÍVEL
Em Brasília, circula a informação de que um voto contra o impeachment estaria valendo R$ 1 milhão, o que não significa muita coisa, se levarmos em consideração que a emenda da reeleição no governo FHC foi comprada pelos tucanos ao câmbio de R$ 200 mil.
A diferença é que, naquela época, a votação foi pelo sistema eletrônico. Agora é bem diferente. O deputado tem de dar a cara a tapa, como se dizia antigamente. Vai se dirigir microfone do plenário e anunciar o voto, que pode até significar o fim de sua carreira política. Por isso, R$ 1 milhão é um cachê considerado baixo demais, embora nada impeça que o deputado ponha a mão no dinheiro, depois diga “desculpe, foi engano” e vote a favor do impeachment, como aconteceu no caso de Collor, que perdeu muitos votos que considerava certos.
UMA QUESTÃO DE TEMPO
Conforme já explicamos muitas vezes aqui na Tribuna da Internet, o impeachment de Dilma Rousseff é apenas uma questão de tempo, que sempre conspirou contra ela. Quanto mais o tempo passa, a situação vai se complicando.
A cada dia, mais deputados vão abandonando o governo, que o conhecido senador sindicalista baiano Walter Pinheiro classificou de “Titanic”, ao se desfiliar do PT na terça-feira, dia 29, depois de 33 anos no partido, tendo sido fundador da CUT (Central Única dos Trabalhadores).
Bem, o governo julga hoje ter por volta de 140 votos, mas precisa de 171, porque o presidente da Câmara não tem direito a se manifestar, nos termos do Regimento Interno. Isso significa que, se não houver um milagre, dona Dilma Vana Rousseff pode ir arrumando as malas.
02 de abril de 2016
Carlos Newton
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