"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

sábado, 2 de abril de 2016

PLANALTO TENTA IMPEDIR TEMER COM CUMPLICIDADE DE MARCO AURÉLIO


Para salvar Dilma, Marco Aurélio Mello aceita qualquer recurso














A assessoria de imprensa do Supremo Tribunal Federal (STF) divulgou nesta sexta-feira uma decisão do ministro Marco Aurélio Mello determinando que a Câmara dos Deputados inicie processo de impeachment contra o vice-presidente Michel Temer. 

Logo em seguida, a própria assessoria corrigiu a informação: o documento ainda estava sendo elaborado e não tinha sido assinado pelo ministro. Portanto, não se tratava de uma decisão. 
O ministro negou que tivesse dado a decisão e informou que só julgará o caso na segunda-feira.
No documento divulgado pelo tribunal, Marco Aurélio determina que o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), abra processo de impeachment contra Temer e, em seguida, envie o caso a uma Comissão Especial para análise dos deputados. 

A polêmica começou quando o advogado Mariel Márley Marra propôs o processo contra Temer à Câmara. 
Cunha arquivou o caso porque não haveria qualquer indício de que o vice-presidente cometeu crime de responsabilidade. Marra recorreu ao STF em um mandado de segurança, que foi sorteado para a relatoria de Marco Aurélio.
“Não se está a emitir qualquer juízo quanto à conduta do Vice-Presidente da República, revelada na edição dos decretos mencionados na petição inicial e no acervo probatório que a acompanha. No caso, a controvérsia envolve controle procedimental de atividade atípica do Poder Legislativo, consoante disciplina do artigo 86 da Lei Maior”, diz o documento cuja autoria foi atribuída ao ministro.
“Ante o quadro, defiro parcialmente a liminar para, afastando os efeitos do ato impugnado, determinar o seguimento da denúncia, vindo a desaguar na formação da Comissão Especial, a qual emitirá parecer”, conclui a minuta. 
No pedido, o advogado queria que o processo de impeachment contra Dilma ficasse paralisado até que o STF decidisse se incluía Temer. Essa parte do pedido seria negada, segundo a minuta divulgada.
Segundo a assessoria de imprensa, o documento foi divulgado acidentalmente como se fosse uma decisão, embora não tenha sido assinado pelo ministro. 
Não há informação sobre qual área do tribunal errou.
CID GOMES TAMBÉM PEDE
O ex-governador do Ceará, Cid Gomes (PDT), protocolou, nesta sexta-feira, um novo pedido de impeachment contra o vice-presidente Michel Temer (PMDB-SP) na Câmara dos Deputados. O argumento do também ex-ministro da Educação foi o de que o peemedebista teria cometido crime de responsabilidade fiscal — apesar de não ter incluído na denúncia a assinatura de decretos orçamentários sem autorização do Congresso, as chamadas “pedaladas fiscais”, argumento usado no pedido em análise pela Casa sobre a presidente Dilma Rousseff (PT).
O ex-governador também pede que, por haver no documento citações diretas ao presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), o processo seja analisado pelo vice-presidente da Casa, Waldir Maranhão (PP-MA), aliado do peemedebista. Esse é o quarto pedido de impeachment apresentado à Casa. Dois já foram arquivados e um, peticionado pelo deputado Cabo Daciolo (PTdoB-RJ), está em processo de análise.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
  – Ao invés de salvar Dilma Rousseff, estas investidas contra Temer vão contribuir para condená-la, porque esses pedidos reconhecem que a presidente realmente cometeu crime de responsabilidade ao assinar decretos ilegais

Quanto a Temer, que também assinou, o TCU entende que ele o fez na interinidade, sem ter qualquer compromisso com a elaboração deles e com a decisão de que fossem baixados. Com amigos assim, Dilma não precisa de inimigos. 

Quanto ao ministro Marco Aurélio, há quem se venda por dinheiro; outros o fazem por amor à filha. E isso é patético para um ministro do Supremo, que tem de saber que existe recurso na Câmara contra arquivamento de impeachment e é feito ao plenário. 
Basta lembrar que o então deputado José Dirceu recorreu ao plenário contra um pedido de impeachment de FHC que fora negado. E o plenário manteve o arquivamento. 
Quem apresentou pedido de impeachment de Temer precisa recorrer ao plenário da Câmara. O Supremo não pode intervir, é assunto “interna corporis” do Legislativo. (C.N.)

02 de abril de 2016
Carolina Brígido e Letícia Fernandes
O Globo

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