A presidente Dilma Rousseff disse na manhã de hoje no plenário da Organização das Nações Unidas (ONU) que a sociedade brasileira conseguir superar o autoritarismo e construir uma democracia pujante e saberá “impedir quaisquer retrocessos”. Dilma não fez referência direta ao processo de impeachment nem mencionou a palavra “golpe”, mas disse que o país vive um “grave momento”. Também agradeceu aos líderes mundiais que lhe manifestaram solidariedade.
A menção à situação interna do Brasil ocupou menos de 1 minuto dos 8 minutos e 42 segundos em que a presidente discursou, durante a cerimônia de assinatura do Acordo de Paris sobre mudança climática. No restante do tempo, Dilma elogiou o tratado, ressaltou o papel desempenhado pelo Brasil em sua negociação e prometeu ratificá-lo e implementá-lo o mais rápido possível.
“Não posso terminar minhas palavra sem mencionar o grave momento que vive o Brasil”, declarou, no fim de seu pronunciamento. “O Brasil é um grande País, com uma sociedade que soube vencer o autoritarismo e construir uma pujante democracia”, ressaltou. “O povo brasileiro é um povo trabalhador, que tem grande apreço pela liberdade. Saberá, não tenho dúvidas, impedir quaisquer retrocessos.”
A presidente foi aplaudida de forma protocolar antes e depois do discurso pelos líderes presentes no plenário. “Sou grata a todos os líderes que expressaram a mim sua solidariedade”, disse ela ao encerrar o discurso
FALANDO DO CLIMA…
Dilma começou seu discurso falando de clima e dedicou a maior parte da declaração ao tema. O Acordo de Paris representou um marco histórico, disse ela logo no início de seu discurso. “Tenho orgulho do trabalho desenvolvido pelo meu governo e pelo meu país”, disse Dilma, agradecendo o “esforço incansável” da delegação brasileira nas discussões em Paris.
“Hoje, assumo o compromisso da pronta entrada do acordo em vigor. O caminho que temos que percorrer a partir de agora será ainda mais desafiador”, afirmou Dilma. A presidente destacou que a economia precisa ficar menos dependente de combustíveis fósseis. O Brasil, disse ela, tem apresentado resultados expressivos nas reduções das emissões e se comprometeu com metas ambiciosas.
“É fundamental ampliar o financiamento do combate à mudança do clima para além dos US$ 100 bilhões atuais.” É necessário ainda, disse Dilma, que o setor privado também participe do esforço.
DESMATAMENTO ZERO?
“É apenas o começo, a parte mais fácil. Meu País está determinado a tomar ações de mitigação (do aquecimento global)”, disse Dilma, citando a contribuição brasileira de redução em 37% dos gases que causa o efeito estufa até 2025. “Alcançaremos desmatamento zero na Amazônia”, disse ela.
Todas as fontes renováveis de energia terão participação ampliada na matriz energética do Brasil, afirmou Dilma. “Meu governo traçou metas ambiciosas e ousadas e sabe os riscos associados.” É preciso tomar medidas corretas para a contenção do aquecimento global, reduzindo também a pobreza e a desigualdade. “O conceito de desenvolvimento sustentável precisa ser referência permanente”, disse Dilma.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Dilma agradeceu o apoio recebido de outros países, mas esqueceu de mencioná-los: Cuba, Venezuela, Bolívia e Equador. Se esqueci algum, por favor informem. (C.N.)
NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Dilma agradeceu o apoio recebido de outros países, mas esqueceu de mencioná-los: Cuba, Venezuela, Bolívia e Equador. Se esqueci algum, por favor informem. (C.N.)
22 de abril de 2016
Cláudia Trevisan e Altamiro Silva Junior
Estadão
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