De ponta a ponta, congressistas do PT e do PMDB fizeram a mesma avaliação diante da retirada do grau de investimento do Brasil pela Standard & Poor’s. A decisão da agência fará Dilma Rousseff perder o apoio das duas pontas mais refratárias ao impeachment: o empresariado e as classes C e D. O sistema financeiro é, hoje, o principal lastro de Joaquim Levy. No outro extremo, o agravamento do desemprego e da recessão pode levar o eleitorado petista a engrossar as manifestações pelo “fora Dilma”.
Um senador petista, desolado, descrevia o quadro do governo Dilma Rousseff como o de um “paciente terminal”: “Uma hora para de funcionar um rim, dali a pouco é o coração que dá sinal de que vai pifar”.
BARBOSA NA CÂMARA
No dia seguinte à bomba da Standard & Poor’s, o ministro Nelson Barbosa (Planejamento) participa, esta manhã, de audiência pública no maior auditório da Câmara, aberta a deputados e senadores.
O convite para que Barbosa fosse falar sobre o Orçamento de 2016 foi feito pela deputada Jandira Feghali (PC do B-RJ). Os líderes aliados tentavam, às pressas, armar alguma blindagem.
O anúncio de que as emendas a que cada parlamentar terá direito serão contingenciadas em R$ 555 mil irritou os deputados, que já tinham sido autorizados a avisar aos municípios que seriam contemplados.
PARTILHA DO PRÉ-SAL
Eduardo Cunha (PMDB-RJ) saiu da reunião com governadores do partido na terça-feira decidido a dar urgência ao projeto de lei que altera o modelo de partilha adotado na no pré-sal.
A mudança do modelo de partilha pelo de concessão, que desagrada ao Planalto, é defendida por aliados, como os governadores Luiz Fernando Pezão (RJ) e Paulo Hartung (ES).
De Michel Temer no jantar com governadores e congressistas do PMDB, na terça: “O momento não é de partido, não é de governo, é de pensar no país. Isso é que deve guiar nossas ações”.
Do governador Ivan Sartori (RS) na reunião com os governadores sobre a possibilidade de aprovação de projetos que oneram os cofres públicos: “Não adianta matar a vaca, senão você não tem de onde tirar leite”.
11 de setembro de 2015
Vera Magalhães
Folha
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