Está em marcha a estratégia do Planalto para destruir o deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), presidente da Câmara, para inviabilizar a abertura do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff. Na opinião do chamado núcleo palaciano, se Cunha for afastado da direção da Câmara, o mandato da presidente estará preservado, porque não existem provas materiais do envolvimento direto dela nos atos de corrupção.
Até agora, o Planalto vem levando a melhor, mas o principal problema é que Eduardo Cunha não admite renunciar e continua contando com apoio da maioria dos deputados.
RISCOS DA ESTRATÉGIA
A estratégia do Planalto está sendo bem-sucedida, Cunha vai ter de se virar para escapar da condenação no Supremo, caso Fernando Baiano confirme as acusações de Júlio e fique provado que o deputado recebeu propinas por meio de pagamentos no exterior, entregas em dinheiro em espécie, simulação de contratos de consultoria, com emissão de notas frias, e até transferências para igreja vinculada a Eduardo Cunha, sob a falsa alegação de que se tratava de doações religiosas, vejam como vai longe a criatividade dos políticos.
Mas a estratégia pode fracassar se ficar demonstrado que a campanha de Dilma recebeu mesmo doações ilegais, conforme afirma o empresário Ricardo Pessoa, ou se o TCU considerar irregulares as pedaladas fiscais que Dilma continua aplicando ainda hoje, na maior desfaçatez, para burlar a Lei de Responsabilidade Fiscal. Se acontecer uma dessas hipóteses, o presidente da Câmara, mesmo debaixo do bombardeio do processo no Supremo, poderá cumprir tranquilamente seu dever de abrir o processo de impeachment da presidente da República, para mandá-la ao espaço. Como diria Roberto Carlos, Cunha é fera ferida, no corpo, na alma e no coração.
Este é o quadro, hoje. Amanhã poderá piorar.
21 de agosto de 2015
Carlos Newton
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