O PSDB reúne amanhã suas bancadas para debater a questão do impeachment da presidente Dilma. Mesmo sem sustentar que o pedido deve ser feito logo, Aécio Neves, presidente do partido, inclina-se pela iniciativa. Outros dois senadores, José Serra e Aloísio Nunes Ferreira, são contra, ainda que a maioria dos deputados se manifeste a favor. Geraldo Alckmin, governador, e Fernando Henrique Cardoso, ex-presidente da República, não deverão estar presentes, apesar de engrossarem a ala dos que rejeitam a iniciativa, por falta de um fato concreto capaz de justificá-la.
Já os favoráveis escudam-se na opinião do Tribunal de Contas da União, que identifica crime de responsabilidade por parte de Dilma, por haver maquiado números para equilibrar receita e despesa no governo, quando na realidade os cofres públicos ficaram no vermelho, nos dois últimos anos.
Pesquisa reservada feita junto à maioria do Congresso revela que a maioria parlamentar não se sensibiliza pela proposta do impeachment, coisa admitida mesmo pelos tucanos mais inclinados na tese do afastamento da presidente da República.
Em suma, sem uma acusação direta e óbvia a respeito da probidade de Dilma, a discussão sobre o impeachment continuará inócua. Servirá para municiar os oposicionistas extremados mas redundará em nada.
A pergunta que se faz é se o PSDB ficará girando em círculos, demonstrando que o debate envolve mais do que a por enquanto inviável tentativa de afastamento da presidente. No caso, uma operação conduzida pelos tucanos paulistas para enfraquecer o mineiro Aécio Neves, hoje o líder da oposição e provável candidato ao palácio do Planalto em 2018. Pretendem, os paulistas, recuperar a hegemonia da indicação presidencial, eles que venceram com Fernando Henrique e perderam com Geraldo Alckmin e José Serra.
Não deixa de espantar muita gente a centralização em torno do impeachment. Mais do que ficar discutindo esse samba de uma nota só, os tucanos precisariam desde já estar preparando uma alternativa de governo para o desgoverno do PT. Acima e além, até, das denúncias de corrupção que envolvem os detentores do poder, a hora seria de uma discussão profunda a respeito do que fazer para o país recuperar-se do caos que nos assola.
Pesquisa reservada feita junto à maioria do Congresso revela que a maioria parlamentar não se sensibiliza pela proposta do impeachment, coisa admitida mesmo pelos tucanos mais inclinados na tese do afastamento da presidente da República.
Em suma, sem uma acusação direta e óbvia a respeito da probidade de Dilma, a discussão sobre o impeachment continuará inócua. Servirá para municiar os oposicionistas extremados mas redundará em nada.
A pergunta que se faz é se o PSDB ficará girando em círculos, demonstrando que o debate envolve mais do que a por enquanto inviável tentativa de afastamento da presidente. No caso, uma operação conduzida pelos tucanos paulistas para enfraquecer o mineiro Aécio Neves, hoje o líder da oposição e provável candidato ao palácio do Planalto em 2018. Pretendem, os paulistas, recuperar a hegemonia da indicação presidencial, eles que venceram com Fernando Henrique e perderam com Geraldo Alckmin e José Serra.
Não deixa de espantar muita gente a centralização em torno do impeachment. Mais do que ficar discutindo esse samba de uma nota só, os tucanos precisariam desde já estar preparando uma alternativa de governo para o desgoverno do PT. Acima e além, até, das denúncias de corrupção que envolvem os detentores do poder, a hora seria de uma discussão profunda a respeito do que fazer para o país recuperar-se do caos que nos assola.
O diabo é que são, por essência, neoliberais, sabendo que a maioria da opinião pública rejeita as fórmulas de aumento de impostos, desemprego, extinção de investimentos sociais e até redução de direitos trabalhistas. A opção que não apareceu afugentaria, mais do que reuniria o sentimento nacional. A conclusão é de que o PSDB continua enxugando gelo e ensacando fumaça.
AJUDA IMPOSSÍVEL
Talvez bafejado pelos eflúvios sentimentais de nossos laços com Portugal, em visita ao país de nossos avós o vice-presidente Michel Temer declarou que a oposição serve para ajudar o governo a governar. Só se for no reino dos sonhos. Primeiro porque os donos do poder jamais aceitariam dividir a administração com seus adversários. Depois, porque esses em momento algum concordariam em desgastar-se por conta da incapacidade daqueles.
23 de abril de 2015
Carlos Chagas
AJUDA IMPOSSÍVEL
Talvez bafejado pelos eflúvios sentimentais de nossos laços com Portugal, em visita ao país de nossos avós o vice-presidente Michel Temer declarou que a oposição serve para ajudar o governo a governar. Só se for no reino dos sonhos. Primeiro porque os donos do poder jamais aceitariam dividir a administração com seus adversários. Depois, porque esses em momento algum concordariam em desgastar-se por conta da incapacidade daqueles.
23 de abril de 2015
Carlos Chagas
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