"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

quinta-feira, 23 de abril de 2015

O ROUBO FOI DE R$ 6,2 BI. ALGUÉM SABE O QUE SÃO R$ 6,2 BI ?


É incrível como a roubalheira virou algo banal. 

A maior estatal do país, aquela que já foi uma das dez mais entre as petroleiras do mundo, anuncia que perdeu R$ 6,2 bilhões para a corrupção. E isso não causa comoção.

São R$ 6,2 bilhões. O costume é fazer contas de quantas casas populares – seriam mais de 160 mil -, postos de saúde e escolas poderiam ser construídas com o montante. Proponho outra conta: daria para fazer 195 campanhas eleitorais tão milionárias como a de Dilma Rousseff, que declarou gastos oficiais de R$ 318 bilhões em 2014.

Atentem-se para o número: 195 campanhas eleitorais iguais a de Dilma.

R$ 6.200.000.000,00 surrupiados sem que autoridade alguma desconfiasse. Presidente e diretores da Petrobrás, integrantes do Conselho da empresa, presidente da República. Ninguém jamais notou nada de anormal antes de a estatal apresentar prejuízo superior a R$ 40 bilhões (R$ 6,2 da corrupção + R$ 22 bi operacional e outros R$ 12 bi em obras paradas que nunca deviam ter começado).

Em um país em que só tolos são honestos, ainda sobra para esses mesmos tolos as contas a pagar.


23 de abril de 2015
Mary Zaidan
NOTA AO PÉ DO TEXTO
É desconfortante ser brasileiro... O texto da jornalista focando outro ângulo além dos tradicionais - quantas escolas, quantos fuscas, quantos postos de saúde... etc - desnuda de maneira muito clara o destino de tanto dinheiro. Pare e pense: R$ 318 bilhões foi o que custou a campanha de Dilma Rousseff. É impressionante ou não é? Será que temos noção, ou alguma idéia, do que signifique a grandeza, o tamanho de tal volume de dinheiro?
Pior quando o texto  declara que se perpetuou o dano, a roubalheira, a canalhice, sem que as "celebridades" que administravam, decidiam, gerenciavam a empresa, de nada desconfiaram por 'séculos' (enquanto engordavam suas contas numeradas) e somente ficaram "estarrecidos", quando veio à tona o buraco em que meteram a Petrobras. Estarrecidos mais ainda quando a operação Lava Porco, quero dizer, Lava Jato, iniciou a devassa e a prisão das "celebridades", que em uníssono juravam inocência, e de nada sabiam... Nós, os que votamos nas urnas eletrônicas, realmente estávamos longe de imaginar que uma quadrilha de "celebridades" assaltava uma estatal (uma? E as outras? O que será que aconteceu? E quando se especular mais profundamente as outras? Que surpresas nascerão de parto tão difícil? É bom nem imaginar, senão caímos naquela piada "o último a sair apaga a luz"...
Pior ainda, quando Mary Zaidan escreve que já não causa comoção nacional a denúncia do escândalo. Todos nos tornamos espectadores do espetáculo, como se estivéssemos assistindo a novela das oito. Quem delatou quem, quem tramou com quem, quem comeu quem, quem foi o mentor da fraude etc.
O texto é mais uma denúncia da passividade da nação, que parece hipnotizada pela falcatrua que atinge um dos símbolos e orgulho nacional, e fica rolando daqui pra lá, de lá pra cá, nunca terminando de abrir portas onde se escondem mais roubalheiras, mais propinas, mais corrupção.
Enquanto o país assiste a novela Petrolão, enquanto alguns se esguelam em manifestações, a esbórnia continua, como se estivéssemos vivendo no melhor dos mundos, assistindo a liberdade "condicional" dos mensaleiros, passeando com suas caras de paisagem.
É realmente desconfortável, para usar uma palavrinha mais amena, ser eleitor de urnas eletrônicas.
Quer saber? putaquepariu! Ser brasileiro é foda...
m.americo

Nenhum comentário:

Postar um comentário