Os ataques aéreos dos EUA e de seus aliados na Síria e no Iraque têm causado sérias baixas no Estado Islâmico, que reivindica a fundação de um califado em um vasto território dentro de áreas nos dois países. Foi o que disseram em entrevista dois rebeldes do grupo à agência de notícias síria Amaz, em vídeo divulgado sábado (31) pela mídia norte-americana e britânica.
As entrevistas foram realizadas nas proximidades da cidade síria de Kobani, de maioria curda, localizada ao lado da fronteira com a Turquia. Até há pouco completamente dominada pelo Estado Islâmico, ela foi recuperada nesta semana por seus antigos moradores, que declararam sua libertação na última segunda-feira (26). Isso levou a uma fuga em massa dos rebeldes fundamentalistas da área em que dominaram, segundo afirmam, 360 vilarejos, “fazendo as pessoas fugirem como ratos”.
“Não temos mais como ficar nos lugares por aqui. Ocupamos mais de 70% da região, mas os ataques aéreos não deixaram nenhum prédio em pé. Eles destruíram tudo. Não há mais onde se abrigar”, disse um combatente, visivelmente assustado – um alívio para os que lutam contra a intolerância e a violência despropositadas do Estado Islâmico, cujos integrantes decapitam, crucificam, estupram, praticam genocídios, entre outras atrocidades, contra populações de vilarejos, jornalistas, militares e quaisquer pessoas que discordem de suas crenças e práticas.
ATAQUES ININTERRUPTOS
“Juro por Deus. Os aviões deles não saíam do céu, noite e dia. Os ataques aéreos foram ininterruptos. Acertaram tudo, até motocicletas. Perdemos muitos irmãos.”
O Estado Islâmico é a organização terrorista mais rica do mundo. Com recursos vindos de crimes e do petróleo, os militantes administram até US$ 2 bilhões anuais. Foto: AP
Atuando na Faixa de Gaza, o Hamas – considerado terrorista pelo FBI – tem renda anual de ao menos US$ 1 bilhão. Foto: Reprodução/Youtube
Como os ideais de grupos como o EI são baseados em ódio e vingança, o enorme número de baixas causado ao Estado Islâmico pelos ataques dos EUA e de seus aliados leva, naturalmente, a um discurso de ódio e vingança. “Com a vontade de Deus retornaremos e multiplicaremos nossa vingança”, resumiu um rebelde. “O Estado Islâmico perserverá. E esta é a mensagem que mandamos ao (presidente dos EUA, Barack) Obama”, completou um outro.
Liderada pelos EUA, a coalizão que enfrenta o Estado Islâmico é composta por mais de sessenta países. De acordo com ela, as ações aéreas e o apoio a sírios por terra têm enfraquecido rapidamente o grupo rebelde, danificando suas capacidades operacionais e logísticas.
02 fevereiro de 2015
iG São Paulo
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