O Japão tem o mesmo tamanho do Maranhão; 380 mil kms quadrados. Na Segunda Guerra Mundial (em 1945) foi bombardeado com artefatos nucleares pelos Estados Unidos, nas únicas vezes em que uma bomba nuclear foi jogada… E em populações civis, com a guerra já terminada na Europa.
Até hoje a radioatividade daquelas bombas atômicas produz doenças e mortes, lá.
Terminada a guerra, perguntaram para o imperador Hiroito como o Japão se reergueria, já que não produzia nada para comercializar com o resto do mundo.
– Acontece que no Japão tem muito japonês, foi a resposta.
E hoje? Após 25 anos sem evoluir, praticamente estagnado, o Japão ainda prossegue como a terceira maior potência mundial – só foi ultrapassado pela China, mantendo-se à frente da Alemanha.
AS PROVIDÊNCIAS
Algumas providências foram tomadas. Uma delas é a redução da população do país como forma de bem conviver com os novos (e terríveis) contornos da economia mundial atual.
Outra … é não gastar mais do que se tem. “Poupar para sempre ter”, é uma filosofia clássica dos japoneses … e dos orientais, de um modo geral.
Outra … é pesquisar e pesquisar tudo, em todos os segmentos. E assim lá vão eles, japoneses, fazendo suas descobertas e evoluindo como nação.
Outra … é otimizar/maximizar o aproveitamento dos subsolos. Prédios inteiros são derrubados (rapidamente) para dar lugar a outros, já com a nova concepção.
Outra … é a disciplina. O que lemos na nossa bandeira, “Ordem e Progresso”, lá é a realidade adotada.
EM FORTE RECESSÃO
Tendo perdido centenas de bilhões de dólares na crise do mercado subprime/hipotecas, provocada pelos Estados Unidos (cujo desfecho ocorreu em 2008 – até um banco que existia há 157 anos, o Lehmann Brothers, quebrou), o Japão encontra-se – como muitos países – em forte e assumida recessão.
Há dois anos o primeiro-ministro japonês Shinzo Abe vem tentando injetar ânimo na combalida economia japonesa. Seu esforço para salvar o país ganhou o nome de ‘Abenomics’ (na verdade um ‘pacotaço’ no estilo que conhecemos tão bem graças às tablitas do Mário Simonsen e aos ‘planos’ Bresser, Maílson, Collor etc …) em obediência plena aos dogmas econômicos que (ainda) regem o mundo, pois quem não obedece o ‘sistema’ sofre a ameaça de “olha, os investidores irão embora, e os novos não aparecerão mais”, configurando um verdadeiro terror.
“A arrecadação tributária excedeu as previsões iniciais”, reconheceu Shinzo Abe, acrescentando: “Os impostos estiveram altos demais e isto acabou por sacrificar a população”.
Mas… Shinzo Abe não é insensível, não. Muito pelo contrário. Vejam o que ele diz:
“Esse novo pacote tem por objetivo reforçar o ciclo econômico virtuoso e disseminar os benefícios da Abenomics, mudando o foco da política para as áreas ainda frágeis da economia”.
AJUDANDO AOS POBRES
O pacote do governo também fará um apelo para que o Banco Central japonês faça todos os esforços para que o país alcance sua meta de inflação (2%).
A equipe econômica de Shinzo Abe garante que reduzirá à metade o déficit fiscal a partir de abril, para frear a escalada da dívida pública – como a nossa, hoje, praticamente impagável.
Então … diante da forte recessão por que passa o Japão … Shinzo Abe mudou sua estratégia, mudou o cenário do Japão.
Haverá incentivos concedidos por governos locais para estimular o consumo das famílias e dar apoio a pequenas empresas. As medidas incluem cupons para a aquisição de mercadorias ou subsídios para que famílias de baixa renda comprem combustível e alimentos.
E dinheiro depositado diretamente nas contas dos agricultores com carências enormes e juros quase que inexistentes. A área habitacional também está sendo alvo do plano do primeiro ministro; o Banco Central japonês passou a liberar financiamentos em condições acessíveis aos menos favorecidos.
O “Abenomics” vai passar a olhar pelos mais necessitados … e quem lucrará com isto será… o Japão!
TESES DE PIKETTY
O livro “O Capital no Século XXI, do francês Thomas Piketty, vem revolucionando o mundo, que está sendo invadido literal e praticamente pelo Socialismo que rege os países escandinavos há muito tempo e agora encontramos no Abenomics, nas (novas!) propostas de dona Angela Merkel e de Barack Obama
Prosseguirei comentando o livro do professor Piketty. E depois perguntarei: Por que atualmente Hong Kong e Cingapura são os dois países mais visitados (e estudados) do mundo?
02 de fevereiro de 2015
Almerio Nunes
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