"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015

INSEGURANÇA: 79% DOS BRASILEIROS TÊM MEDO DE SEREM ASSASSINADOS



A questão da violência e sua contrapartida, a segurança cidadã, têm-se convertido em uma das principais preocupações não só no Brasil, como também nas Américas e no mundo todo, como o evidenciam diversas pesquisas de opinião pública.

Esse fato foi recentemente corroborado pelo Ipea, que divulgou uma pesquisa realizada em 2010 numa amostra nacional, na qual perguntava aos entrevistados sobre o medo em relação a serem vítimas de assassinato, categorizando as respostas em muito medo, pouco medo e nenhum medo.

O resultado, altamente preocupante, constitui um sério toque de alerta: 79% têm muito medo de serem assassinados; 18,8%, pouco medo; e somente 10,2% manifestaram nenhum medo.
Em outras palavras: apenas um em cada dez cidadãos não teme ser assassinado e oito em cada dez têm muito medo. E não é para menos. O Brasil já é o quarto país mais violento do mundo.

As taxas de violência homicida continuam extremamente elevadas. No nível internacional, entre 84 países, o Brasil, com uma taxa total de 27 homicídios em 100 mil habitantes, ocupa a 4ª posição no ranking, só melhor que a Colômbia, e com taxas bem semelhantes às da Rússia e da Venezuela. As taxas de homicídio de 2004 são ainda 30 ou 40 vezes superiores às taxas de países como Inglaterra, França, Alemanha, Áustria, Japão ou Egito.

Se as taxas de homicídios totais do Brasil já são muito elevadas no contexto internacional, no terreno dos homicídios de jovens, essas diferenças tornam-se dramáticas. Os índices de homicídio juvenil são, proporcionalmente, acima de 100 vezes superiores aos de países como Áustria, Japão, Egito ou Luxemburgo.

Também nesse caso, a distribuição no território nacional é extremamente desigual, indo de extremos como Rio de Janeiro e Pernambuco, que ultrapassam a casa dos 100 homicídios em cada 100 mil jovens, até Rio Grande do Norte, Maranhão ou Santa Catarina, que não chegam a 20 homicídios em 100 mil jovens, segundo levantamento de Julio Jacobo Waiselfisz, na obra “Mapas da Violência no Brasil, 2007 e 2012”.

POPULAÇÃO INDEFESA

A ideologia do governo recomenda: “Nunca reaja, pois o mais importante é a vida!”. Então, fiquemos todos trancados em casa, desarmados, escravos, roubados, sem água e sem luz. Mesmo assim, nós nunca devemos nos indignar, nos revoltar ou protestar contra a roubalheira e com a inércia dos governantes. Até mesmo em um estupro devemos ver o lado bom da coisa: sairemos estuprados, vilipendiados, sujos, um bosta, um nada – mas estaremos vivos.

O Estado nos adestrou para isso, nos condicionou a isso. Conquistar a liberdade envolve riscos. Construir usinas nucleares envolve riscos. Usar as riquezas do subsolo envolve riscos. Sair às ruas exigindo o seu direito de ir e vir envolve riscos. Participar de passeatas envolve riscos.
Reagir a uma agressão injusta envolve riscos. Proteger a sua família envolve riscos. Construir fábrica envolve riscos. Fazer hidrelétrica envolve riscos. Exigir menos violência envolve riscos. Ser livre envolve riscos. Ficar rico envolve riscos. Voar livre envolve riscos, meu filho, por isso voar foi reservado para as águias e não para as galinhas.

Então, fiquemos todos nas tocas e preservemos o bem maior: a nossa medíocre vida de ratos.

02 de fevereiro de 2015
Francisco Vieira

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