Solenemente discordo do soco de Sua Santidade
O Papa Francisco defendeu o direito de expressão, mas disse ser errado provocar os outros ao insultar a religião alheia. Os comentários do pontífice foram feitos após o ataque à revista satírica Charlie Hebdo em Paris na semana passada.
Para ilustrar seu ponto, Francisco disse a jornalistas no avião papal que seu assistente poderia esperar um soco se ele xingar sua mãe. "É normal. Você não pode provocar, não pode insultar a religião dos outros”, disse ele, conforme relato da BBC.
Sua Santidade o Papa Francisco tem o hábito de conceder entrevistas a jornalistas, especialmente quando em viagem internacional. Nessas ocasiões ele costuma sair de seu banco no avião e vai até onde estão jornalistas da imprensa mundial que fazem a cobertura do Vaticano.
Não é prudente o que ele faz. A palavra de um Pontífice tem tal peso para enorme parcela da população mundial que quem ocupa essa elevada função precisa meditar sobre cada palavra.
Entrevistas são momentos que favorecem a espontaneidade e não são adequados à cuidadosa reflexão.
Ora, um Papa não pode sair por aí distribuindo hipotéticos murros. E, menos ainda, pode usar a analogia que usou para tratar o atentado de Paris como um caso de ação e reação “natural”, para ficarmos com a palavra usada por ele.
26 de janeiro de 2015
Percival Puggina
O Papa Francisco defendeu o direito de expressão, mas disse ser errado provocar os outros ao insultar a religião alheia. Os comentários do pontífice foram feitos após o ataque à revista satírica Charlie Hebdo em Paris na semana passada.
Para ilustrar seu ponto, Francisco disse a jornalistas no avião papal que seu assistente poderia esperar um soco se ele xingar sua mãe. "É normal. Você não pode provocar, não pode insultar a religião dos outros”, disse ele, conforme relato da BBC.
Sua Santidade o Papa Francisco tem o hábito de conceder entrevistas a jornalistas, especialmente quando em viagem internacional. Nessas ocasiões ele costuma sair de seu banco no avião e vai até onde estão jornalistas da imprensa mundial que fazem a cobertura do Vaticano.
Não é prudente o que ele faz. A palavra de um Pontífice tem tal peso para enorme parcela da população mundial que quem ocupa essa elevada função precisa meditar sobre cada palavra.
Entrevistas são momentos que favorecem a espontaneidade e não são adequados à cuidadosa reflexão.
Ora, um Papa não pode sair por aí distribuindo hipotéticos murros. E, menos ainda, pode usar a analogia que usou para tratar o atentado de Paris como um caso de ação e reação “natural”, para ficarmos com a palavra usada por ele.
26 de janeiro de 2015
Percival Puggina
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