Lula articula radicalização do PT contra opositores para conter desgastes com crises política e econômica
26 de janeiro de 2015
Jorge Serrão é Jornalista, Radialista, Publicitário e Professor.
Não adianta Luiz Inácio Lula da Silva submeter seu Partido dos Trabalhadores a uma violenta quimioterapia que destrua células cancerosas nas direções estaduais e nacional. A imagem da legenda parece irremediavelmente infectada pelas demoralizantes denúncias de corrupção contra seus principais "ideólogos operacionais". O mito Lula pode até continuar blindadíssimo como sempre. Mas o escudo do PT desintegrou. Os quatro anos de Dilma no Planalto do Palhasso serão um "samba do afrodescendente doido", no Carnaval de safadezas impunes.
Com os diversos desgastes, por diferentes crises (Mensalão, Petrolão, Eletrolão, Apagão, Inflação, Recessão e por aí vai), a tendência é de radicalização política. A ordem do líder Lula é detonar os inimigos e enfrentar os adversários. Na transição forçada do PT de uma defensiva intimidada para uma agressiva ofensiva, articulada por Lula e José Dirceu, entram em campo os tais "movimentos sociais". Eles cumprem o papel revolucionário de pressionar quem desestabiliza o PT. Na ação deles, vale tudo. Até porque muitos dos profissionais deste ramo não valem nada!
Lula tem seus atacantes prediletos em posições taticamente estratégicas. Gilberto Carvalho, no Sesi cheio de grana, tem a ordem de articular a ação dos movimentos sociais em prol do PT. Ricardo Berzoini tem a missão de neutralizar a mídia inimiga, brigando pela "Regulação Econômica da Mídia". Marco Aurélio Garcia deve buscar a solidariedade dos companheiros do Foro de São Paulo - em especial a "tropa" boliviana que já atua a partir de São Paulo. José Dirceu volta a ser o velho "Capitão do Time" - mesmo com o Petrolão na sua cola...
O pau vai cantar na casa de Noca! Antes ou depois do carnaval... O grande problema para o PT é estar no governo federal em plena crise econômica que se avizinha como a pior nunca antes vista. Todos com algum bom senso já sabem que qualquer instabilidade econômica prolongada nos mercados afetará o Brasil. A desconfiança da cúpula nazicomunopetralha em relação à fidelidade absoluta de Dilma Rousseff é outro problemão. Parte do PT já caminha para a "oposição interna" ao governo.
Resta aguardar para ver quem sairá mais queimado pelo "fogo amigo". E também vale esperar para ver se algum peixe petista muito graúdo realmente será judicialmente purificado pela Lava Jato. A tragicomédia promete ser bem divertida.
De tédio ninguém - num peru bêbado - vai morrer de véspera.
Na escolinha
O prêmio Nobel de Economia Robert Shiller destacou ao Estadão que tecnologia, desigualdade e pessimismo foram os temas que deram o clima do Fórum Econômico Mundial de Davos de 2015.
O economista adverte que há uma "nova normalidade" ("new normal") de pessimismo de longo prazo, com o risco de as pessoas perderem seus empregos para máquinas.
Shiller também se mostra menos certo sobre a firmeza da recuperação americana do que o consenso, embora não esteja prevendo uma recessão, por causa dos elevados níveis de endividamento e pelo o alto preço dos ativos.
Quem manda?
Samba do Crioulo Doido
Ouça o Samba do Crioulo Doido, de Stanislaw Ponte Preta, que faz o prefácio, na voz do Quarteto em Cy, e releia o artigo de ontem: De Sérgio Porto a Sérgio Moro
Conta que não fecha
Vida que segue... Ave atque Vale! Fiquem com Deus. Nekan Adonai!
26 de janeiro de 2015
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