Juros recordes no cartão e no cheque especial acirram ira da classe média com banqueiragem de Dilma
Os juros médios cobrados no Cartão de Crédito chegaram a absurdos 11,22% ao mês - o equivalente a estratosféricos 258,26% ao ano -, na medição de dezembro feita pela Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade. A Anefac constatou que esta é a maior usura registrada desde julho de 1999, quando a taxa era de 11,74% ao mês (ou 278,88% ao ano). Em novembro, a taxa já tinha chegado a 10,90% ao mês (ou 246,08% ao ano).
A conivência governamental com os abusos de bancos e financeiras no Brasil é tão ou mais grave que os infindáveis escândalos de corrupção. Outro vilão dos brasileiros (mais de 60% das famílias estão endividadas) é os juros do cheque especial. A taxa média cobrada em dezembro chegou a 8,92% (ou 178,80% no ano). O juro médio cobrado nas operações de crédito atingiu 6,30% ao mês (ou 108,16% no ano). Por isso é mais fácil ser ministro da Fazenda indicado por banqueiro (que lucra fácil) do que ser um mero cidadão-eleitor-contribuinte ou empresário no Brasil da usura.
Quem ousa produzir também se ferra no capimunismo brasileiro, onde a taxa básica de juros da economia (a selic) deve subir ainda mais, encarecendo o já inviável crédito. Os juros médios cobrados de empresas continuam subindo. Os juros no capital de giro chegam a 2%. A taxa de descontos de duplicatas bateu 2,60% em dezembro. A tal conta garantida cobrou juros de 6,02%. Os números de janeiro tendem a piorar ainda mais a situação dos cidadãos e empresários endividados.
Não será o tsunami de corrupção que derrubará Dilma Rousseff. O desgaste fatal para ele virá, em alta velocidade, pela desestruturação econômica dos cidadãos comuns. Endividados, com dificuldades para arrumar emprego novo ou com os rendimentos mensais achatados pelo descontrole dos preços relativos da economia, os encalacrados farão a pressão necessária para a desgraça de Dilma que insiste no modelo ortodoxo de proteção usura dos banqueiros porque eles ajudam a rolar a gastança e o desperdício da corrupta máquina pública.
Quem tem o boi na sombra e continua ganhando dinheiro por inércia ou por estar em alguma atividade aquecida, ou que não é tão penalizada nos ganhos por qualquer crise, continua numa boa. Mas quem não tem como fechar as contas no final do mês começa a ficar pt da vida, e pronto para dar o troco, a qualquer momento, na quadrilha de incompetentes que infesta o poder há quase 13 anos no Brasil...
Enquanto a maioria se ferra, ainda assistimos à guerra intestina pelos poderes apodrecidos. A autofagia, as vaidades e a roubalheira sistêmica farão o PTitanic afundar. Alguém ainda consegue ter dúvidas de que vai dar merda no final?
Relaxem e gozem
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Vingança
13 de janeiro de 2015
Jorge Serrão é Jornalista, Radialista, Publicitário e Professor.
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