Apesar das férias nos tribunais superiores, este mês, dirigentes do PT já iniciaram sondagens junto ao Tribunal Superior Eleitoral para saber se a ex-ministra e senadora Marta Suplicy tem direito a mudar de partido. Porque a lei é clara: só não perde o mandato o fujão que vier a se inscrever num partido em formação ou que consiga provar estar sendo perseguido e prejudicado em sua legenda.
Como o PT não tomou uma só iniciativa contra Marta, ao tempo em que ela formulou duríssimas críticas a seus líderes, poupando apenas o ex-presidente Lula, vai ficando clara a estratégia dos companheiros: se a senadora bandear-se para outro partido, visando na verdade obter registro de candidata à prefeitura de São Paulo, ano que vem, os companheiros buscarão obter no TSE sentença capaz de cassar-lhe o mandato.
Será a vingança do PT diante da descontrolada Marta, que por razões de presunção e egoísmo não se conformaria com a candidatura de Fernando Haddad à reeleição, hipótese mais do que certa nos arraiais petistas. Imaginando dispor de cadeira cativa de candidata à prefeitura paulistana, apesar de duas derrotas inequívocas, e confiando numa popularidade que perdeu faz muito, a ex-ministra estaria preparando seu desembarque do partido que ajudou a fundar.
Mas só tem uma alternativa: provar que vem sendo perseguida e maltratada pelos companheiros. Estes, no entanto, adotam a estratégia de não revidar suas diatribes e aleivosias, buscando demonstrar à Justiça Eleitoral a inviabilidade do hipotético pedido de desligamento da senadora. Hipotético porque ela mesmo tem dúvidas sobre a perda de seu mandato.
SEM FUTURO
Mesmo assim, no PT Marta não tem futuro. Primeiro porque a vez é do atual prefeito pleitear a reeleição, depois porque os termos de sua entrevista ao Estado de S. Paulo foram considerados profundamente grosseiros, começando pela afirmação de que o PT “ou muda ou acaba”.
Depois, por partir para a intriga, sustentando que Aloysio Mercadante é mentiroso e vem traindo o Lula, “que não manda mais nada no partido”, chamando depois o presidente Rui Falcão de traidor. Isso para não falar de seus conceitos sobre a presidente Dilma Rousseff, “cuja política econômica fracassou” e que “não deixa sua equipe trabalhar”.
Em suma, a ex-ministra do Turismo parece haver caído na armadilha que ela mesmo montou, ainda que se deva aguardar o desdobramento da crise. Haddad pode ficar pior do que já está, o Lula pode vir a afastar-se ainda mais de Dilma e o Tribunal Superior Eleitoral poderá considerar que Marta vem sendo perseguida, mesmo se for por suas próprias ilusões e sua empáfia ilimitada…
6 comentários
13 de janeiro de 2015
Carlos Chagas
Como o PT não tomou uma só iniciativa contra Marta, ao tempo em que ela formulou duríssimas críticas a seus líderes, poupando apenas o ex-presidente Lula, vai ficando clara a estratégia dos companheiros: se a senadora bandear-se para outro partido, visando na verdade obter registro de candidata à prefeitura de São Paulo, ano que vem, os companheiros buscarão obter no TSE sentença capaz de cassar-lhe o mandato.
Será a vingança do PT diante da descontrolada Marta, que por razões de presunção e egoísmo não se conformaria com a candidatura de Fernando Haddad à reeleição, hipótese mais do que certa nos arraiais petistas. Imaginando dispor de cadeira cativa de candidata à prefeitura paulistana, apesar de duas derrotas inequívocas, e confiando numa popularidade que perdeu faz muito, a ex-ministra estaria preparando seu desembarque do partido que ajudou a fundar.
Mas só tem uma alternativa: provar que vem sendo perseguida e maltratada pelos companheiros. Estes, no entanto, adotam a estratégia de não revidar suas diatribes e aleivosias, buscando demonstrar à Justiça Eleitoral a inviabilidade do hipotético pedido de desligamento da senadora. Hipotético porque ela mesmo tem dúvidas sobre a perda de seu mandato.
SEM FUTURO
Mesmo assim, no PT Marta não tem futuro. Primeiro porque a vez é do atual prefeito pleitear a reeleição, depois porque os termos de sua entrevista ao Estado de S. Paulo foram considerados profundamente grosseiros, começando pela afirmação de que o PT “ou muda ou acaba”.
Depois, por partir para a intriga, sustentando que Aloysio Mercadante é mentiroso e vem traindo o Lula, “que não manda mais nada no partido”, chamando depois o presidente Rui Falcão de traidor. Isso para não falar de seus conceitos sobre a presidente Dilma Rousseff, “cuja política econômica fracassou” e que “não deixa sua equipe trabalhar”.
Em suma, a ex-ministra do Turismo parece haver caído na armadilha que ela mesmo montou, ainda que se deva aguardar o desdobramento da crise. Haddad pode ficar pior do que já está, o Lula pode vir a afastar-se ainda mais de Dilma e o Tribunal Superior Eleitoral poderá considerar que Marta vem sendo perseguida, mesmo se for por suas próprias ilusões e sua empáfia ilimitada…
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13 de janeiro de 2015
Carlos Chagas
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