Artigos - Globalismo
O Conselho de Segurança da Rússia está temendo algum movimento de contestação em grande escala, do gênero do que se deu em Hong Kong.
As manifestações contra Putin e a guerra na Ucrânia soaram o alarme.
E o governo russo, que atribui 90% de popularidade a seu chefe supremo, estaria preparando um plano de emergência.
Segundo a BBC, o plano considera aproximar-se o momento em que a população sentirá falta de muitas benesses importadas, que não mais o serão devido às sanções da União Europeia e dos Estados Unidos à invasão russa da Ucrânia.
O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, não quis reconhecer os temores do Kremlin em relação à população russa, e apelou ao velho truque dos ditadores: inventar uma ameaça externa.
Ele justificou mais medidas de repressão à cidadania afirmando que recentes ações dos Estados Unidos e da Europa “foram marcadas pela imprevisibilidade, e precisamos estar prontos para qualquer coisa”.
Por sua vez, o ministro das Comunicações, Nikolai Nikiforov, confirmou que o país está fazendo planos e levantou uma ponta do véu.
“Estamos trabalhando em cenários nos quais nossos parceiros subitamente decidam nos cortar a Internet”, explicou.
Porém, o que de fato acontece é que o Kremlin já está cortando o acesso dos cidadãos russos à Internet, a fim de abafar a dissidência.
E excogita agora um plano mais radical: especialistas entrevistados pelo site de notícias russo Vedomosti afirmaram que o órgão federal Rossvyaz poderia assumir o controle dos domínios da Internet, como aqueles terminando em .ru ou .rf.
Se as redes sociais e os bancos de dados estão em via de sujeição total ao regime, agora seria a vez de todos os provedores em território russo.
A radicalização do controle da rede na Rússia afetaria as relações com a organização norte-americana ICANN, que rege internacionalmente os domínios da Internet.
Desta maneira, a Rússia prepara-se para desligar os internautas da rede mundial, pondo a culpa nos EUA.
O ministro Nikiforov afirmou que seu ministério realizou exercícios com o Ministério da Defesa e o FSB (polícia política russa), preparando um cenário no qual a Rússia se desligue da Internet atual e passe a funcionar sob o controle absoluto do sistema de repressão.
Keir Giles, especialista em segurança cibernética de Londres, afirmou que o FSB recebeu novos poderes de vigilância da Internet. Contribuíram para isso as delações do analista americano Edward Snowden sobre o funcionamento do serviço de informações dos EUA.
De acordo com o site de notícias russo Gazeta.ru, o Kremlin visa mudar características das conexões de Internet no país para impedir fugas virtuais.
A ditadura orwelliana está se tornando oficial na “nova URSS”, aliás tão desprovida de tecnologia como a velha URSS.
01 de dezembro de 2014
Luís Dufaur
O Conselho de Segurança da Rússia está temendo algum movimento de contestação em grande escala, do gênero do que se deu em Hong Kong.
As manifestações contra Putin e a guerra na Ucrânia soaram o alarme.
E o governo russo, que atribui 90% de popularidade a seu chefe supremo, estaria preparando um plano de emergência.
Segundo a BBC, o plano considera aproximar-se o momento em que a população sentirá falta de muitas benesses importadas, que não mais o serão devido às sanções da União Europeia e dos Estados Unidos à invasão russa da Ucrânia.
O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, não quis reconhecer os temores do Kremlin em relação à população russa, e apelou ao velho truque dos ditadores: inventar uma ameaça externa.
Ele justificou mais medidas de repressão à cidadania afirmando que recentes ações dos Estados Unidos e da Europa “foram marcadas pela imprevisibilidade, e precisamos estar prontos para qualquer coisa”.
Por sua vez, o ministro das Comunicações, Nikolai Nikiforov, confirmou que o país está fazendo planos e levantou uma ponta do véu.
“Estamos trabalhando em cenários nos quais nossos parceiros subitamente decidam nos cortar a Internet”, explicou.
Porém, o que de fato acontece é que o Kremlin já está cortando o acesso dos cidadãos russos à Internet, a fim de abafar a dissidência.
E excogita agora um plano mais radical: especialistas entrevistados pelo site de notícias russo Vedomosti afirmaram que o órgão federal Rossvyaz poderia assumir o controle dos domínios da Internet, como aqueles terminando em .ru ou .rf.
Se as redes sociais e os bancos de dados estão em via de sujeição total ao regime, agora seria a vez de todos os provedores em território russo.
A radicalização do controle da rede na Rússia afetaria as relações com a organização norte-americana ICANN, que rege internacionalmente os domínios da Internet.
Desta maneira, a Rússia prepara-se para desligar os internautas da rede mundial, pondo a culpa nos EUA.
O ministro Nikiforov afirmou que seu ministério realizou exercícios com o Ministério da Defesa e o FSB (polícia política russa), preparando um cenário no qual a Rússia se desligue da Internet atual e passe a funcionar sob o controle absoluto do sistema de repressão.
Keir Giles, especialista em segurança cibernética de Londres, afirmou que o FSB recebeu novos poderes de vigilância da Internet. Contribuíram para isso as delações do analista americano Edward Snowden sobre o funcionamento do serviço de informações dos EUA.
De acordo com o site de notícias russo Gazeta.ru, o Kremlin visa mudar características das conexões de Internet no país para impedir fugas virtuais.
A ditadura orwelliana está se tornando oficial na “nova URSS”, aliás tão desprovida de tecnologia como a velha URSS.
01 de dezembro de 2014
Luís Dufaur
Nenhum comentário:
Postar um comentário