Financiamento público de campanha e combate à corrupção
A resolução política aprovada pelo PT no último sábado, em encontro realizado em Fortaleza, é um dos textos mais cínicos produzidos por esta organização criminosa.
O seu conteúdo é estarrecedor. Talvez o termo assustador seja mais adequado, pois um grupo de pessoas capaz de reunir tantas mentiras num só documento é uma ameaça concreta à democracia. À lei. Às instituições.
O partido criador do Mensalão, que resultou na prisão dos seus principais líderes, que agora está envolvido até o pescoço no Petrolão, um propinoduto que está quebrando a Petrobras e que levará outra vara de petistas para a cadeia, escreveu esta preciosidade no primeiro parágrafo:
Assim como demonstrou na vitoriosa campanha eleitoral da reeleição da presidenta Dilma Roussef, o PT tem agora o desafio de reafirmar a sua liderança no combate à corrupção sistêmica no Brasil. Para o PT, a luta contra a corrupção se vincula diretamente à democratização e à desprivatização do Estado brasileiro.
É ou não é um acinte às pessoas decentes deste país? Desde quando o PT combateu a corrupção nos seus 12 anos de poder? O que temos hoje no país é a institucionalização da roubalheira, que começa com R$ 10 bilhões na Petrobras, se espalha pelo setor elétrico, invade as obras superfaturadas do PAC, perpassa os fundos de pensão e certamente chegará aos empréstimos do BNDES para meia dúzia de empresas e para ditaduras assassinas como Cuba.
Um ministro do Superior Tribunal de Justiça acaba de declarar que "nenhum outro país viveu tamanha roubalheira". Outro declarou sua surpresa diante dos crimes cometidos pelo PT e seus aliados na Petrobras dizendo: "o que é isso? Em que país vivemos? Os bandidos perderam a noção das coisas! Como podem se apropriar desse montante?" E o PT tem o desplante de afirmar que combate a corrupção? Ao contrário: o PT somente sobrevive no poder roubando empresas públicas, desde o Banco do Brasil no Mensalão até a Petrobras no Petrolão.
E desde quando a corrupção se vincula diretamente à desprivatização do Estado brasileiro? É exatamente o contrário. O aparelhamento das estatais, das agências reguladoras, dos bancos públicos é que permitiram a instalação de verdadeiras quadrilhas dentro dos governos petistas. Até onde vai o cinismo desta gentalha? Manipulam as CPIs, tentam derrubar juízes, perseguem delegados da Polícia Federal, tentam cercear a liberdade do Ministério Público Federal além, é claro, de querer calar a Imprensa com ameaças de leis bolivarianas de censura à informação.
Mas a cara de pau destes canalhas não para por aí. A resolução do PT ataca o financiamento privado de campanhas como se ele não fosse o partido mais beneficiado pelas gordas doações de empreiteiras corruptas e de empresas que obtiveram polpudos financiamentos subsidiados no BNDES. Diz o texto:
Faz parte de suas tradições programáticas e tem sido cada vez mais enfatizado pelo PT, em campanhas públicas, a defesa de uma nova lei eleitoral que estabeleça o financiamento público das campanhas eleitorais e, em particular, a proibição do financiamento de empresas privadas às campanhas eleitorais. O financiamento empresarial das campanhas, ainda mais sem uma regulação e controle, distorce profundamente a representação, em desfavor de todos os setores populares, oprimidos e explorados. E tem o efeito de criar vínculos de interesses privatistas e ilegítimos, renovando a cada eleição os circuitos da corrupção. Esta proibição é, portanto, fundamental para o combate à corrupção.
Que bando de cínicos, safados, mentirosos! Dilma Rousseff arrecadou mais de R$ 350 milhões em doações de empresas. Quase o dobro do seu principal adversário, que fechou as suas contas com R$ 13 milhões no vermelho. Pagou mais de R$ 70 milhões para um marqueteiro criminoso, que produziu a campanha mais suja e mais torpe da história política brasileira. O Bradesco, que nomeou o novo ministro da Fazenda, foi um dos maiores doadores da sua campanha. As duas campanhas mais caras a governos de estado foram do PT: a de Fernando Pimentel, em Minas Gerais, e a de Camilo Santana, no Ceará. Juntos gastaram R$ 103 milhões, mais de 10% do que todos os mais de 100 candidatos a governador investiram no Brasil inteiro.
O PT, nas suas campanhas estaduais, acumula um déficit de R$ 74,5 milhões. Vai cobrir sabem como? Extorquindo empreiteiras. Achacando bancos. Ameaçando empresas com cartinhas, como sempre faz ao final de cada campanha. Este partido defende o fim do financiamento privado de campanha porque rouba de forma escancarada as empresas públicas, além de usar recursos do Estado como aviões, palácios, cadastros de Bolsa Família, mão de obra dos Correios e outros bens públicos como se fossem privativos das candidaturas companheiras.
Nunca na história do Brasil foi produzido um documento tão cínico como este. Antes de clicar, tome Engov, Dramin, qualquer remédio contra vômitos. Esta organização criminosa chamada PT conseguiu superar os melhores momentos do seu criador. E olha que jamais houve um ser tão mentiroso e tão canalha na vida política do país.
01 de dezembro de 2014
in coroneLeaks
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