É preciso ficar claro que a Petrobras está agindo acertadamente, ao assumir pagamentos a subempreiteiras e fornecedores, devidos por firmas com as quais mantém contratos, inclusive três envolvidas na operação Lava Jato, da Polícia Federal.
Com isso, vai evitar a quebradeira no setor de óleo e gás e manter a política de uso de conteúdo nacional, introduzida no início do primeiro governo Lula por iniciativa do economista Carlos Lessa, que presidia o BNDES e implantou a política de apoio ao fortalecimento da indústria brasileira.
O programa administrativo criado pela dupla Carlos Lessa e Darc Costa, então vice-presidente do BNDES, propiciou a retomada do desenvolvimento econômico que redundou no crescimento do PIB em 7,5% no último ano do segundo mandato de Lula. Mas como Lessa avisou na época, esse espantoso crescimento seria apenas “um voo de galinha”, pois a política desenvolvimentista que ele e Darc haviam implantado fora dissipada nas desastradas gestões de Guido Mantega, Demian Fiocca e Luciano Coutinho, seus sucessores no BNDES.
IMPORTÂNCIA VITAL
O fato é que o BNDES é vital para o país. Sua presidência é mais importante do que praticamente todos os ministérios. Por isso, quando brigou com Antonio Palocci, então ministro da Fazenda, que implantou uma política econômica tenebrosa, Lessa foi substituído por Guido Mantega, que era ministro do Planejamento.
Agora, são divulgadas notícias de que, para agradar ao futuro ministro Nelson Barbosa, o BNDES será tirado da órbita do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, para ser subordinado ao Planejamento e Gestão, uma pasta de importância secundária.
Será mais um erro colossal da presidente Dilma Rousseff. Ela conseguiu acertar em cheio ao convidar o senador Armando Monteiro (PTB-PE) para o Ministério do Desenvolvimento, porque o parlamentar conhece muito bem o setor, foi presidente da Confederação Nacional da Indústria durante oito anos, tem todas as condições de conduzir uma política capaz de evitar a crescente desindustrialização do país. Mas sem contar com o BNDES, nada poderá fazer, é melhor pedir o boné e tocar seu mandato no Senado Federal.
TUDO ERRADO
Como se vê, Dilma Rousseff não consegue fazer nada direito. Indica um nome como Armando Monteiro, que enfim seria o homem certo, no local certo, na hora certa, mas logo depois puxa o tapete dele e o deixa inoperante. Quem vai entender uma governante primária como essa? A única coisa que sabe com maestria é fazer caras e bocas, como se estivesse num palco e não numa cadeira presidencial. Lamentável.
Carlos Newton
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