Dilma anuncia sete novos ministros e mostra que brasileiros nada devem esperar do próximo governo
Faltando pouco mais de 48 horas para tomar posse, como presidente reeleita, a petista Dilma Vana Rousseff anunciou nesta segunda-feira (29) mais um lote de ministros, os quais comporão a equipe de 39 assessores presidenciais.O novo período de corrupção que se avizinha fica claro nos nomes escolhidos por Dilma, que foi obrigada a se render à pressão dos partidos políticos da chamada base aliada.
Isso porque a presidente precisará de blindagem ainda maior no Congresso Nacional a partir de 1º de janeiro. Considerando que até agora 24 ministros do novo governo já foram anunciados, Dilma tem poucas horas para definir os quinze restantes.
Em comunicado distribuído à imprensa, a assessoria de comunicação do Palácio do Planalto informou os novos escolhidos pela presidente. Antonio Carlos Rodrigues (PR), ex-presidente da Câmara Municipal de São Paulo e suplente da senadora Marta Suplicy, assumirá o Ministério dos Transportes; Gilberto Occhi (PP) foi indicado para a Integração Nacional; o petista Miguel Rossetto substituirá o companheiro Gilberto Carvalho na Secretaria-Geral da Presidência; o também petista Patrus Ananias, de Minas Gerais, comandará o Ministério do Desenvolvimento Agrário; o petista gaúcho Gilberto José Spier Vargas, conhecido como Pepe Vargas, assumirá a Secretaria de Relações Institucionais, responsável pelas articulações políticas do governo.
Ricardo Berzoini, que até 31 de dezembro responderá pela Secretaria de Relações Institucionais, foi remanejado para o Ministério das Comunicações. A presidente reeleita indicou o petista Carlos Gabas para o Ministério da Previdência Social.
As mais recentes escolhas de Dilma Rousseff mostram que os brasileiros nada devem esperar de excepcional do próximo governo, uma vez que os indicados para os ministérios não dominam os temas que terão de gerenciara partir de janeiro próximo.
Isso significa que o Brasil continuará no movimento que mescla ladeira abaixo com a dança do siri, ou seja, ora despenca, ora anda de lado.
O anúncio desta segunda-feira confirma a interferência do Petrolão, o maior escândalo de corrupção da história nacional, na escolha dos ministros.
A saída de Paulo Bernardo da Silva do Ministério das Comunicações é não apenas um ato de cautela por parte da presidente, mas um recado duro à senadora Gleisi Hoffmann, casada com o ainda ministro.
Bernardo e Gleisi tiveram os nomes citados pelos delatores da Operação Lava-Jato como beneficiários do carrossel de corrupção que funcionava em algumas diretorias da Petrobras.
Temendo um movimento contrário da imprensa nacional nos próximos quatro anos, Dilma deslocou Ricardo Berzoini para o Ministério das Comunicações, pasta que tem o poder de pressionar órgãos midiáticos que dependem de concessões públicas.
Berzoini, para quem não se recorda, foi ministro da Previdência no primeiro governo Lula e obrigou os “velhinhos” a iram às agências bancárias como forma de garantir o pagamento de aposentadorias e pensões. Ricardo Berzoini também foi ministro do Trabalho, presidente nacional do PT e esteve à frente da Cooperativa Habitacional dos Bancários do Estado de São Paulo (Bancoop) durante o período em que três mil mutuários foram lesados.
O suado dinheiro pago pelos imóveis acabou no caixa da campanha presidencial de Lula em 2002.
Depois de perder o Ministério das Cidades para Gilberto Kassab, o Partido Progressista emplacou o advogado Gilberto Magalhães Occhi na Integração Nacional. Atualmente, Occhi está à frente da pasta das Cidades.
O PP deve comemorar a permanência de Gilberto Ochhi na equipe de Dilma, pois os caciques do partido estão encalacrados no escândalo do Petrolão. Pelo menos dez políticos filiados ao PP devem tombar à sombra da Operação Lava-Jato.
Educação – Cid Gomes
Portos – Edinho Araújo
Minas e Energia – Eduardo Braga
Aviação Civil – Eliseu Padilha
Esporte – George Hilton
Cidades – Gilberto Kassab
Pesca – Helder Barbalho
Defesa – Jaques Wagner
Agricultura – Kátia Abreu
Igualdade Racial – Nilma Lino Gomes
Controladoria-Geral da União – Valdir Simão
Turismo – Vinicius Lajes
Fazenda – Joaquim Levy
Planejamento – Nelson Barbosa
Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior – Armando Monteiro Neto
Banco Central – Alexandre Tombini
29 de dezembro de 2014
ucho.info
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