"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

quinta-feira, 2 de outubro de 2014

CARTÃO VERMELHO PARA DILMA E MARINA

           


Quando a gente imaginava que não podia ficar pior, ficou. E mais ficará, estendendo-se a certeza até o segundo turno, dia 26. Fala-se da baixaria que assola não apenas a campanha presidencial, mas o pudor e a paciência de todos nós.
 
Dilma chama Marina de mentirosa, acusando-a de desvio de caráter por conta da votação da emenda da CPMF. Marina retruca que mentirosa é a Dilma, por sustentar não ter conhecimento dos escândalos na Petrobras.
 
As duas vão se encontrar cara a cara no último debate entre os candidatos, dentro de horas, na Rede Globo. Irão armadas? Porque já prepararam novas injúrias, além das que dispararam ontem, durante as campanhas. Fosse num campo de futebol e teriam recebido o cartão vermelho, tanto pelas agressões quanto pelas mentiras.
 
Do fundo da memória, só se encontra paralelo nessa lambança promovida pelas candidatas quando Jânio Quadros e Ademar de Barros disputaram o governo de São Paulo, em 1954. Um levava para os comícios um rato morto pendurado num bambu, por um fio. O outro reagia com um gambá, na mesma situação – ambos sustentando ser o adversário.
 
A pergunta que se faz é se tanto Dilma quanto Marina terão condições emocionais para dirigir o país pelos próximos quatro anos. No Congresso, adversários serão transformados em inimigos? E nos governos estaduais? A presidente, quando de sua eleição contra José Serra, em 2010, jamais levou a campanha para tamanho baixo nível. Nem a ex-senadora, ao disputar o mesmo pleito, ficando em terceiro lugar. Qualquer uma que vença agora carregará o peso da falta de equilíbrio.
 
PESQUISAS EM XEQUE
 
Longe de levantar suspeitas, mas como explicar que as pesquisas indicavam Garotinho em primeiro lugar, na disputa pelo governo do Rio, com Luís Pezão lá em baixo, mas, pouco depois, inverteu-se o pêndulo? Eunício Oliveira, no Ceará, já podia encomendar o terno da posse, agora corre o risco de perder.
E no Rio Grande do Sul, com Ana Amélia considerada eleita e hoje perdendo para Tarso Genro? Os exemplos da inconstância do eleitorado se multiplicam. Ou os institutos de consulta popular se enrolaram? Vale aguardar a verdadeira pesquisa, domingo.

02 de outubro de 2014
Carlos Chagas

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