"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

terça-feira, 9 de setembro de 2014

O ESPETÁCULO CIRCENSE DO CINISMO. COMO DISSE O OUTRO, "A HISTÓRIA SÓ SE REPETE COMO FARSA".

Ao ser inquirida sobre o Mensalão 2 da Petrobras, Dilma Rousseff mente, diz que "não sabia" e dá um espetáculo de cinismo.
 
A presidente Dilma Rousseff afirmou nesta segunda-feira (8) que jamais imaginou haver "mal feitos" em negócios envolvendo a Petrobras tanto no período em que esteve à frente do Conselho de Administração da estatal quanto nos três anos e meio de seu governo. Dilma participa de uma sabatina feita pelo jornal "O Estado de S. Paulo", no Palácio da Alvorada em Brasília. 
 
Para a presidente, o envolvimento de Paulo Roberto Costa, ex-diretor de abastecimento da empresa, "é estarrecedor". "Em nenhum momento houve [desconfiança]. É interessante que lembremos que ele [Paulo Roberto Costa] é um quadro da Petrobras. O que é mais estarrecedor. Ele vinha fazendo carreira. É de fato surpreendente que ele tenha feito isso. Isso não faz parte da Petrobras", afirmou. 
 
A Petrobras, onde Dilma exerceu o poder máximo entre 2003 e 2009, colecionou dezenas e dezenas de escândalos de corrupção, que foram sistematicamente abafados pelo propinoduto instalado dentro da maior estatal brasileira. Apenas para lembrar, foi abafada uma CPI em 2009 e agora, em 2014, o governo do PT não deixa sair do lugar uma CPI no Senado e uma CPMI no Congresso. Abaixo listamos alguns dos escândalos que ocorreram na Petrobras nestes anos de PT.
  •  O Tribunal de Contas da União (TCU) sempre foi impedido de fiscalizar a Petrobras. Desde 2005 aponta uma verdadeira roubalheira na companhia. Um relatório de fiscalização com indícios de graves irregularidades em 63 obras do Governo Federal, a ponto de recomendar, em setembro de 2009, a paralisação de 41 empreendimentos da administração Lula. Entre os casos mais graves, a Petrobras. Na construção da refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, cujos serviços àquela altura estavam estimados em R$ 4 bilhões, técnicos do TCU detectaram sobrepreços e critérios de medição inadequados. Na reforma da refinaria Presidente Getúlio Vargas, no Paraná, com obras orçadas num total de R$ 2,5 bilhões, também teria havido a prática de sobrepreço. 
  • Outras obras a cargo da Petrobras foram denunciadas sistematicamente pelo TCU: 
    • o gasoduto Urucu-Coari-Manaus subiu de R$ 2,4 bilhões, no início das obras, em 2006, para R$ 4,5 bilhões, em março de 2009. 
    • O gasoduto Cacimbas-Catu, entre o Espírito Santo e a Bahia, teve os custos elevados de R$ 2,9 bilhões para R$ 3,5 bilhões. Segundo o TCU, havia contratos firmados sem licitação e o superfaturamento nos serviços de aplicação de asfalto alcançara 2.400%. Trabalhos de escavação em 183 quilômetros da obra foram acordados em R$ 1,6 milhão, enquanto o mesmo serviço em outro trecho, de 171 quilômetros, recebeu orçamento de R$ 10 milhões.
    • As plataformas marítimas P-52 (campo Roncador) e P-53 (campo Marlim Leste) sofreram reajustes, respectivamente, de R$ 3,2 bilhões para R$ 3,5 bilhões, e de R$ 2,9 bilhões para R$ 3,9 bilhões. 
    • Integrava a lista a construção do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro, cujas obras tiveram aumento de R$ 18,7 bilhões para R$ 19,2 bilhões. Os custos aumentam com termos aditivos que passam a ser incorporados aos contratos iniciais. Eles alteram projetos básicos, multiplicam valores de obras e introduzem novos serviços. 
    • A plataforma P-56, cujo destino era a bacia de Campos (RJ), é outro exemplo. A sua construção subiu de R$ 2 bilhões para R$ 2,4 bilhões. 
    • A refinaria de Duque de Caixas, no Rio de Janeiro, teve 24 anexos ao contrato original. Os aditivos previam pagamentos por serviços não estabelecidos anteriormente e até reajuste salarial aos operários. Naquela obra teria ocorrido direcionamento de contratos. 
  • Desde o começo da obra, a Auditoria do TCU identificou diversas irregularidades na primeira parte da construção da refinaria Abreu e Lima, como um superfaturamento de R$ 121 milhões em serviços executados, inclusive nos de terraplenagem. Usariam o truque do "jogo de planilha", contratação de funcionários e até de máquinas-fantasmas. Uma das contratadas pela Petrobras para tocar as obras em Abreu e Lima, citada pela Polícia Federal, na Operação Boi Barrica, depois Faktor, era a EIT (Empresa Industrial Técnica). Ela apareceria como suspeita de efetuar pagamentos indevidos ao grupo do empresário Fernando Sarney, filho do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP). 
  • O ex-ministro de Minas de Energia, Silas Rondeau, que sentou ao lado de Dilma Rousseff como membro do Conselho de Administração da Petrobras, foi acusado de usar consultoria para "mascarar" o recebimento de dinheiro de empresas do setor de energia. Ele era sócio oculto da RV2, que assinou contrato de R$ 195 mil com a Multiner, empresa com atuação na construção de usinas eólicas. A Multiner também controlava a termelétrica de Cristiano Rocha, em Manaus, que recebera financiamento de R$ 27,7 milhões da Petros, o fundo de pensão da Petrobras. 
  • Investigada na CPI das ONGs, a Petrobras foi desmascarada financiando prefeituras do PT e ONGs fantasmas ligadas ao partido. Um dos grandes contratos assinados sem licitação durante a era Lula entre a Petrobras e organizações não-governamentais, no valor de R$ 16,1 milhões, foi o celebrado em outubro de 2008 com o MBC (Movimento Brasil Competitivo), uma OSCIP (Organização da Sociedade Civil de Interesse Público). O escopo do convênio era a modernização da gestão pública e o aumento da competitividade do setor. No papel, tudo muito bonito. Como sempre. O problema foi que, entre seus conselheiros, o MBC tinha o presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, e mais quatro ministros da administração Lula, inclusive a chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff (PT-RS).
  • O TCU examinou o destino das aplicações da Petrobras em programas e obras sociais. Eram convênios ou contratos firmados por dispensa de licitação que movimentaram R$ 209 milhões entre 2003 e meados de 2009. A maior parte do dinheiro vinha do chamado FIA (Fundo da Infância e Adolescência) e beneficiou o PT e os partidos da base aliada do presidente Lula. De dezembro de 2008 a maio de 2009, por exemplo, de R$ 38,6 milhões provenientes de 157 repasses, 54% dos recursos irrigaram administrações do PT. Os 46% restantes foram divididos por 16 partidos. Se considerarmos o PMDB, os dois principais partidos da base aliada, PT e PMDB, embolsaram 67% da verba.  
  • A CGU (Controladoria-Geral da União) detectou indícios de desvios em oito contratos da Petrobras, no valor de R$ 5,6 milhões, todos celebrados com organizações não-governamentais entre 2003 e 2008. Conforme o jornal O Globo, havia ausência de comprovantes de despesas e dinheiro da estatal em empresas ligadas aos próprios donos das entidades patrocinadas. Um repasse suspeito, no valor de R$ 1,4 milhão, beneficiou a Associação Vira Lata, uma cooperativa de catadores de papel dirigida por um assessor do deputado João Paulo Cunha (PT-SP), também citado no escândalo do mensalão. 
Uma coleção de denúncias contra a Petrobras pode ser encontrada no livro O Chefe, de Ivo Patarra, de onde retiramos grande parte das informações acima.
 
 
É impressionante ouvir da Presidente da República, que sempre teve a primeira e última palavra na Petrobras como ministra das Minas e Energia e depois como Presidente do Conselho de Administração, que não imaginava que haveria " malfeitos " dentro da Petrobras. Estes "malfeitos", na verdade uma coleção de crimes de lesa pátria, sempre frequentaram as manchetes de jornal, as investigações da Polícia Federal e os relatórios do TCU. É muito cinismo! 
 
09 de setembro de 2014
in coroneLeaks

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