COM MENOS DE UM MÊS PARA A ELEIÇÃO CENÁRIO ELEITORAL PODE MUDAR. E A DELAÇÃO PREMIADA AINDA NÃO TERMINOU!
Os próximos dias serão cruciais para definir a eleição presidencial. Nos bastidores uma luta surda. Até que ponto avançará a delação premiada de Paulo Roberto Costa? Lula realmente estaria blindado? |
Há menos de um mês atrás, a dúvida que acompanhava a corrida presidencial era se Dilma Rousseff venceria no primeiro turno ou se ela enfrentaria o tucano Aécio Neves (PSDB) na segunda etapa das eleições. Mas o acidente que matou Eduardo Campos alterou a disputa e, em poucos dias, Marina Silva (PSB) passou a ser a candidata com melhor percentual nas pesquisas de intenção de voto no segundo turno – que se tornou inevitável.
O mais recente episódio que pode chacoalhar o cenário eleitoral envolveu o ex-diretor de Refino e Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa, e suas delações. Conforme revelou VEJA nesta semana, ele citou os políticos beneficiados pelo esquema de corrupção na estatal em depoimento à Polícia Federal. A investigação sobre o escândalo da Petrobras pode alterar o panorama justamente quando a campanha entrava no momento de consolidação dos votos.
O mais recente episódio que pode chacoalhar o cenário eleitoral envolveu o ex-diretor de Refino e Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa, e suas delações. Conforme revelou VEJA nesta semana, ele citou os políticos beneficiados pelo esquema de corrupção na estatal em depoimento à Polícia Federal. A investigação sobre o escândalo da Petrobras pode alterar o panorama justamente quando a campanha entrava no momento de consolidação dos votos.
Evidentemente, os políticos citados nominalmente por Costa como beneficiários do esquema devem ser os mais afetados: isso inclui o presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB), que disputa o governo do Rio Grande do Norte.
Mas a crise se coloca, sobretudo, no caminho da reeleição da presidente Dilma Rousseff. Paulo Roberto Costa foi nomeado para o cargo na Petrobras por Lula, em 2004, e ficou no cargo até 2012 – já no governo atual, portanto. Além disso, o tesoureiro do PT, João Vaccari, é citado pelo ex-diretor como uma das pessoas que captaram dinheiro no esquema. Praticamente todos os citados no escândalo são aliados da presidente.
Mas a crise se coloca, sobretudo, no caminho da reeleição da presidente Dilma Rousseff. Paulo Roberto Costa foi nomeado para o cargo na Petrobras por Lula, em 2004, e ficou no cargo até 2012 – já no governo atual, portanto. Além disso, o tesoureiro do PT, João Vaccari, é citado pelo ex-diretor como uma das pessoas que captaram dinheiro no esquema. Praticamente todos os citados no escândalo são aliados da presidente.
Como Paulo Roberto Costa também mencionou o nome de Eduardo Campos, ex-governador de Pernambuco e candidato à presidência morto em 13 de agosto, entre os envolvidos no esquema, a campanha de Marina Silva pode ser afetada. No mínimo, a candidata do PSB deve ficar impossibilitada de explorar o caso eleitoralmente.
Ao candidato do PSDB Aécio Neves, o episódio se desenha como uma oportunidade – talvez a última – de reagir nas pesquisas de intenção de voto. É nisso que os tucanos apostam agora.
Ao candidato do PSDB Aécio Neves, o episódio se desenha como uma oportunidade – talvez a última – de reagir nas pesquisas de intenção de voto. É nisso que os tucanos apostam agora.
AS PESQUISAS
Faltam 28 dias para o primeiro turno das eleições e a disputa entra agora na etapa em que as decisões se tornam ainda mais calculada. O enredo se repete: quem está à frente tenta manter o jogo inalterado, enquanto os candidatos em desvantagem arriscam mais porque já não têm muito o que perder.
É uma etapa decisiva, onde os erros podem ser incorrigíveis – o tempo é escasso. As pesquisas mostram um equilíbrio entre Dilma e Marina no primeiro turno, e uma vantagem da candidata do PSB na rodada final. A folga, entretanto, já foi maior. E a máquina petista, muito mais poderosa, não pode ser desprezada.
É uma etapa decisiva, onde os erros podem ser incorrigíveis – o tempo é escasso. As pesquisas mostram um equilíbrio entre Dilma e Marina no primeiro turno, e uma vantagem da candidata do PSB na rodada final. A folga, entretanto, já foi maior. E a máquina petista, muito mais poderosa, não pode ser desprezada.
Por outro lado, Aécio Neves tem currículo e suporte partidário para conquistar uma fatia considerável do eleitorado. Falta-lhe, até aqui, o poder de reação. E, a cada dia em que ele continua no terceiro lugar das pesquisas, torna-se mais patente o dilema envolvendo a campanha tucana: aumentar a agressividade ou poupar-se para o futuro? O manual do marketing político consolidou a tese de que o ataque não funciona.
A regra, entretanto, costuma ser respeitada apenas até o momento em que não há alternativa: "A última instância é a desconstrução da imagem do seu adversário", diz Carlos Manhanelli, que tem quatro décadas de experiência em marketing eleitoral. Com cerca de 15% das intenções de voto, o tucano precisaria de um fato novo no cenário para chegar ao segundo turno.
Com pouco a perder, ele poderia intensificar os ataques a Marina Silva, com quem disputa o eleitorado oposicionista. Mas isso não só aumentaria o risco de um efeito reverso como destruiria a possibilidade de uma aproximação dos dois no segundo turno – e em um eventual governo de Marina.
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A regra, entretanto, costuma ser respeitada apenas até o momento em que não há alternativa: "A última instância é a desconstrução da imagem do seu adversário", diz Carlos Manhanelli, que tem quatro décadas de experiência em marketing eleitoral. Com cerca de 15% das intenções de voto, o tucano precisaria de um fato novo no cenário para chegar ao segundo turno.
Com pouco a perder, ele poderia intensificar os ataques a Marina Silva, com quem disputa o eleitorado oposicionista. Mas isso não só aumentaria o risco de um efeito reverso como destruiria a possibilidade de uma aproximação dos dois no segundo turno – e em um eventual governo de Marina.
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