"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

quarta-feira, 27 de agosto de 2014

O DEBATE DA BAND

 

                  
a1
 
Aécio Neves foi brilhante em todas as respostas que deu de improviso.
É autêntico, elegante, tem senso de humor, acredita no que está dizendo e tem conhecimento de causa de sobra para ensacar todos os outros contendores juntos sem parecer arrogante por isso.
 
Mas temo que tenha posto tudo isso a perder no seu minuto e meio final quando pos todos os seus talentos de lado, cedeu aos marqueteiros e baixou os olhos tres ou quatro vezes como se estivesse lendo o que eles escreveram para ele dizer.
TV é olho e coração, muito mais que ouvido e cérebro...
 
a3
 
Aécio faria muito bem, aliás, se dispensasse esses marqueteiros que, depois do debate ficou mais que provado, têm feito ele parecer muito menos do que é nos filmes da campanha.
 
Ele é de longe o melhor candidato para este momento do Brasil mas é, também, a candidatura da racionalidade, coisa a que este país é avesso mesmo quando ela não é atingida por um avião em pleno voo.
 
Marina Silva se estrumbica sempre que tem de dizer algo sobre qualquer coisa que não seja ela própria. Mas vence tudo isso pela humildade de admitir suas limitações e pela inteligência de propor-se a incorporar tudo que os melhores já fizeram ou lhe oferecerem de bom, venha de onde vier.
 
a4
 
Isso não resolve todos os problemas de pilotar um país continental e complicado como poucos antes mesmo de tirar carta de arraes amador mas, sem ter sequer de mencionar-lhe o nome, fulmina o PT com o seu sectarismo carregado de bilis e com a sua permanente semeadura de ódios.
 
O PT é a conflagração pela conflagração: entre os “bons” e os “maus”, os ricos e os pobres, os brancos e os negros, os hetero e os homossexuais e o que mais o partido conseguir catar por aí de pares que possam ser insuflados um contra o outro.
 
Marina propõe a união nacional, tema que pode e deve ser copiado com a maior ênfase possível, mesmo porque quem ganhar, se não for o PT, terá de se haver com a fúria dos “donos” do Estado brasileiro de quem se vai tirar o doce de dentro da goela.
 
a7
 
A tendência declinante da economia brasileira tem raízes estruturais que a esbórnia petista aprofundou e vai ser parada roxa revertê-la. Tão roxa que se o Estado (isto é, a “militância”) peitar o Brasil no meio da sua luta para não se afogar, talvez cheguemos mais cedo do que seria de esperar ao duelo final que vai ter de acontecer um dia para que este país saia, finalmente, do passado, e possa começar a olhar para o futuro.
Seria melhor que deixar o país se arrastar por mais uma geração na mesma lenga-lenga em que a minha teve de chafurdar.
 
Deixei a Dilma por último porque é esta a colocação em que o debate a pôs. Ela confirmou ao longo do programa inteiro ser o desastre que se conhece, de execução e de comunicação. De modo que se não estivesse pendente da perspectiva de Lula assumir o lugar dela até 20 dias antes do 1º turno (15 de setembro), o Brasil, pelo menos quanto à perspectiva de permanência no campo democrático do qual só ele tem força para nos expulsar, poderia dormir tranquilo.
 
27 de agosto de 2014
vespeiro

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