"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

quarta-feira, 27 de agosto de 2014

ANTES ERA ABRE-TE SÉSAMO, HOJE É "REMUNERAÇÃO VARIÁVEL". AS PALAVRAS MÁGICAS QUE DÃO ACESSO AO DINHEIRO FÁCIL...

Natal antecipado: Fundo de Pensão do Banco do Brasil dá R$ 500 mil para cada diretor

 
Os participantes da Previ, fundo de previdência dos funcionários do Banco do Brasil, foram surpreendidos com a recente informação de que os membros de sua diretoria se concederam uma participação de, aproximadamente, R$ 500 mil para cada um, a pretexto de “remuneração variável”.

Diante da repercussão negativa do caso, o presidente da Previ, Dan Conrado, encaminhou e-mail explicativo a todos os participantes, explicando: “A mais recente reunião deste Conselho, realizada em 31/07/2014, não discutiu o direito à remuneração variável da Diretoria Executiva, e não fixou o valor desta remuneração, porque são equivalentes aos vigentes no Banco do Brasil, conforme determinam o contrato de cessão de 2005 e a Política de Gestão de Pessoas da PREVI de 2008. O que o Conselho Deliberativo definiu nessa reunião foi o critério pelo qual o pagamento da remuneração variável é acionado. Trata-se da definição de indicadores de gestão ligados à atividade de um fundo de pensão, e cujos valores estavam previstos no orçamento de despesas administrativas.”
 
Informou, ainda, que “a Previ é uma entidade sem fins lucrativos que tem por missão pagar benefícios aos seus associados. Portanto, não cabe falar em bônus, nem em participação nos lucros. Trata-se de remuneração variável”.

E eu que pensava que quem tinha problema com o nome das coisas eram os tucanos…
METAS SECRETÍSSIMAS…

Pois a tal “remuneração variável” retrocedeu a 2011 e atingiu, inclusive, ex-diretores. O conselho diretor, que tinha em sua composição dois sindicalistas petistas, teria anteriormente definido metas e, recentemente, reuniu-se e decidiu que atingiu tais metas, e pronto, teve direito a uma “remuneração variável”.

As metas são secretíssimas, pois não foram reveladas no e-mail de Dan Conrado e não se sabe onde é possível verificá-las, mas é estranho que um fundo de pensão fechado, que por isso mesmo não disputa mercado, encontre alguma dificuldade para mensurar metas.

Deve-se considerar que os diretores da Previ já tem um complemento de renda maravilhoso, com as vagas de conselheiros nas empresas que a Previ tem assento de acionista. Na verdade são prepostos, mas recebem como conselheiros.

OUTROS FUNDOS…

Diante das notícias de que o fundo de pensão Postalis, dos Correios, opera com déficit e teve enorme prejuízo com operação financeira junto ao banco americano NY Mellon, e de que o Petros, da Petrobrás, aparece nos malfeitos do ex-diretor preso Paulo Roberto Costa e de que a Previ achou por bem pagar aposentadorias superiores a R$ 45 mil para a cúpula do BB, o que esperar para o futuro desses e de outros fundos de pensão?

As entidades sindicais e os diretores sindicalistas eleitos da Previ não se manifestaram sobre a questão. Tomaram o troco na eleição de maio/2014, em que foram derrotados, e olha que a notícia ainda nem tinha chegado, mas se quiserem, ainda é tempo de esclarecer.
 
27 de agosto de 2014
Márcio Gomes

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