"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

quarta-feira, 2 de julho de 2014

CORRUPÇÃO COM CLASSE

 

Era cabo do Palácio Bandeirantes, sede do governo paulista, quando Adhemar era governador. Todo dia 30 do mês, de manhã cedo, recebia um envelope fino, fechado ― muito bem fechado ― para entregar a um senhor gordo e estranho nos subúrbios da capital. E trazia de volta, mandado pelo senhor estranho e gordo, um pacote grosso, fechado, bem fechado.
 
A ida...
A ida…
 
Um mês, dois meses, seis meses, todo dia 30, de manhã cedo, bem cedo, o cabo levando o envelope fino e trazendo o pacote grosso. Morria de curiosidade, mas não tocava o dedo. Estava ali cumprindo seu dever.
E o segredo era o preço primeiro do dever. Um dia, o cabo não se conteve. Abriu pela ponta, discretamente, o pacote grosso. Era dinheiro, muito dinheiro. Tudo nota de mil. Resistiu à tentação, entregou o pacote inteiro, intocado. No mês seguinte, dia 30, deram-lhe de novo o envelope fino. Abriu. Era um cartão, escrito à mão: “― 50 contos no bicho que der.” O cabo não resistiu. Pegou uma caneta num botequim e emendou: “― 50 contos no bicho que der. Aliás, 55”.
Nunca mais lhe deram o envelope fino e muito menos o pacote grosso. Foi demitido. Bons tempos aqueles em que a corrupção ia de envelope fino e voltava de pacote grosso. O caixa das maracutaias era desovado no jogo do bicho.
 
... e a volta
… e a volta
 
Depois que o PT inventou o “Presidencialismo de Corrupção”, criado por Lula e ampliado por Dilma, a rota das negociatas passa pelos cofres insaciáveis das empreiteiras, é garantido pelos gorduchos favores do BNDES e sangra as gavetas amanteigadas do Tesouro Nacional.
 
Lula chegou como o guerreiro dos sindicatos, Dilma como a mãe do PAC. Em dez anos os dois tiraram a máscara. O guerreiro virou lobista de negócios dos ditadores africanos e de Cuba. E o PAC da Dilma empacou.
 
O “Presidencialismo de Corrupção” é a maior fonte de negociatas do país. Nunca houve coisa igual, nem no Império ou na República Velha. Corrupção sempre houve. O Poder é uma instituição voraz. Mas nos níveis em que o PT a instalou, aberta, escancarada, escrachada, jamais houve igual.
 
A desculpa é que a “base aliada” é insaciável, que quase 30 partidecos são incontroláveis, que, com mais de 30 ministérios, ninguém administra nada. Ora, quem alimenta, engorda, sova essa maquina infernal? Era Lula, hoje é Dilma. Os dois são a alma do PT. Vivem dele. Sangue do sangue.
 
Chegou a campanha eleitoral, o PT saltou no pântano. Vale tudo. São os “blogs de assalto”, os “colunistas de aluguel”. É a guerra suja. E o Palácio do Planalto comprando tudo com dinheiro público.
 
Já não bastam os asquerosos convescotes vespertinos em que a presidente da República distribui dinheiro e cargos aos partidos como banana a macacos. E Lula diz a Dilma, debochando, que senadores e deputados “não se dão ao respeito”.
 
02 de julho de 2014
Sebastião Nery (*)
in José Horta Manzano
(*) Excertos de artigo do jornalista Sebastião Nery.

Nenhum comentário:

Postar um comentário