"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

quarta-feira, 7 de maio de 2014

COMISSÃO QUE ACOMPANHA O CASO DO CORONEL TORTURADOR PARECE TER VINDO DE OUTRO PLANETA




Senhores, vi na televisão a entrevista dos membros da comissão de senadores que acompanha o inquérito da morte do coronel Paulo Malhães, o torturador confesso.
Estavam se sentindo como tivessem acabado de pousar de uma espaçonave vinda de algum dos planetas da estrela Sirius B: Ternos impecáveis… Cabelos brilhantes, penteados… Óculos de grife… Dentes brancos… Pele alva… Câmeras… Holofotes… Narizes empinados…
Sentiam-se como “verdadeiros eleitos” pousando em um planeta de bárbaros!
Realmente, só em olhar a tez de cada um deles, os trajes espaciais caríssimos, já dava para perceber não eram deste nosso mundo atrasado, cheio de violência, com mulheres parindo sobre bancos de hospitais e delegacias faltando papel higiênico.
Percebia-se, claramente, que eram seres superiores aos que trabalhavam de dia e de noite, regularmente, naquela espelunca, por isso o descaso com a atuação dos agentes e delegados e com os depoimentos tomados pelos funcionários públicos. Via-se que se sentiam ofendidos por terem que lidar com pessoas de tão baixo nível. Com certeza, ao saírem dali, sentiram a necessidade de usar alguma “câmara de descontaminação…”
Não pertenciam àquele nosso lugar sujo!
Não queriam se confundidos com aquelas pessoas mal vestidas. Estavam indignados, ultrajados por tomarem conhecimento que aquele assassino não tinha advogado constituído:
“Como pôde uma pessoa analfabeta ser ouvida sem a presença de um defensor público?”, disse um dos extraterrestres à câmera.
A transmissão não mostrou se também disseram: “No planeta de onde venho isso não acontece! Lá tem defensor público em número suficiente para ouvir todos os analfabetos em todas as delegacias – que, por sinal, são raros: tanto a delegacia, quanto os analfabetos”, e “-Levem-nos ao seu líder”. Devem ter dito e não pode ser transmitido.
Como era de se esperar, não consideraram válido todo o trabalho dos moradores do nosso planeta. Devem está certos, terem os seus motivos, embora não os entendamos. Mas, tudo bem! Afinal, não é de se esperar mesmo que algum serviçal deste planeta Terra tenha capacidade intelectual suficiente para compreender os argumentos quântico-jurídico-ideológicos de tais seres.
Enquanto escrevo estas linhas, provavelmente já deve ter partido rumo ao planeta de origem (tão evoluído e paradisíaco que deve ser governado pelo senhor Roarke, auxiliado pelo pequeno Tatoo), aliviados por saírem do meio de um povo tão atrasado e de uma realidade mais atrasada ainda!

07 de maio de 2014
Francisco Vieira  

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