Como nosso governo vive voando (literalmente), sempre é o último a saber que nossa aviação civil (e militar) está em crise. E nas raras vezes que transita em terra firme, faz declarações para empolgar a galera.
No final de março de 2007 “exigiu” data para o fim do caos que assola o setor. No meio desta zona, o Mi(si)nistro Waldir Pires ficou a ver navios (ou aviões?). Este sim deveria voar para conferir de perto as barbaridades. Mas “Pires” não voa. Se fosse “xícara” teria mais chances, pois esta tem asa.
Seus sucessores nada acrescentaram para melhorar este meio de transporte. Agora às portas da copa, observamos que o caos terá mais manchetes do que as partidas de futebol.
Esta exigência de soluções imediatas da figura máxima do governo deveria ser feita também nas demais áreas sob sua tutela.
Mas nada funciona por três fatores principais:
1 – Os orçamentos para cada área são aprovados pela Câmara Federal. Mas na metade do ano os valores são cortados em até 60% dependendo do impacto político que garanta a perpetuação no poder das parasitas que “galgaram” (como gatunos escalando muros residenciais) os postos de comando. Ou mesmo por “ordem” de um abutre estrangeiro que nos coloniza e deseja um superávit alto para reduzir o “risco Brasil”.
2 – Do que sobra para aplicar na área, cada “ortoridade” busca um meio escuso de se locupletar do cargo que lhe foi conferido. Sempre deixam uma “merreca” para comprar uma máquina há 15 anos fora de uso no primeiro mundo, um rolo de arame para amarrar pés de móveis prestes a desabar, ventilador para substituir o ar refrigerado que não funciona há 4 meses e uma “verba” para agradar fiscais que possam contestar condições inadequadas de trabalho.
3 – A Justiça omissa e com preguiça não age para punir culpados encontrados com a mão (e o corpo todo) na “massa”. Bandos de advogados de plantão estão com mandatos de soltura prontos (basta colocar o nome do acusado na linha pontilhada) para seus réus primários (mesmo com 20 escândalos nas costas). Os Juízes logo assinam tais documentos desde que seus polpudos salários e suas enormes vantagens estejam garantidos. Se fazem isto pelos marginais que portam armas de fogo, por que deixariam de atender aos que usam silenciosas canetas?
30 de março de 2014
Haroldo P. Barboza é Professor e escritor – autor dos livros Brinque e cresça feliz e Sinuca de bico na cuca.
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