O britânico Guardian publicou um artigo de Nicole Froio no qual o assunto principal é como o governo brasileiro fez com que sua população se voltasse contra ela mesma.
A guerra interna que vem assolando o Brasil e teve como estopim o caso do garoto amarrado ao poste de luz está repercutindo na mídia internacional. O britânico Guardian publicou um artigo de Nicole Froio no qual o assunto principal é como o governo brasileiro fez com que sua população se voltasse contra ela mesma.
Froio diz que, enquanto o Planalto se preocupa só com a Copa do Mundo a fim de agradar a comunidade internacional, negligenciando graves problemas internos, o povo resolveu fazer justiça com as próprias mãos. A violência crescente dos últimos anos é assustadora. Foram 33 mil pessoas assassinadas só no Rio de Janeiro entre 2007 e 2013 – 5.412 mortos em confronto com a polícia.
Para a jornalista, as atitudes do governo passam à população a mensagem de que, a despeito dos protestos, e embora apareça com mudanças a curto-prazo, no fim das contas ele vai tomar as atitudes que bem entender, causando assim uma onda de fúria e violência que tem como vítimas pessoas inocentes – caso do cinegrafista da Band, morto após ataque dos Black Blocs.
O artigo é só mais um sinal de que a imprensa internacional está despertando para a realidade brasileira. Economia, estrutura precária e alta carga tributária já foram alvo das publicações estrangeiras. Agora é a vez de a violência entrar em pauta. E, para Froio, o governo não vai conseguir controlar os ânimos com a simples decisão de não aumentar tarifas de ônibus enquanto ignora problemas seculares que são a verdadeira causa de toda a configuração da violência atual.
Bloomberg compara impopularidade de Dilma com a Copa do Mundo
O correspondente da Bloomberg para a América Latina, Raul Gallegos, estranhou o esforço que a presidência do Brasil vem desprendendo para vender futebol aos brasileiros.
“Você sabe que há um problema quando Dilma Rousseff, a presidente do Brasil – talvez o País mais louco por futebol na Terra -, tem que recorrer a uma campanha de relações públicas para vender à população os benefícios de sediar a Copa do Mundo deste ano”.
Em seu artigo, é ressaltado que a preocupação de Dilma de fato se foca no que ocorrerá após a copa, no caso, as eleições. Contudo, com popularidade ainda em baixa (41%), mesmo com a competição ainda sendo bem vista por 63% dos brasileiros, a sua tese é de que, independente do que acontecer em junho, o brasileiro só vai quitar os acontecimentos atuais nas urnas. Que assim seja.
11 de fevereiro de 2014
Marlos Ápyus
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