"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

domingo, 16 de fevereiro de 2014

NOTAS POLÍTICAS DO JORNALISTA JORGE SERRÃO

O Dia Seguinte à Derrota Petralha
Porque Deus há de trazer a juízo toda a obra, e até tudo o que está encoberto, quer seja bom, quer seja mau. Eclesiastes 12:14

O PT perde a eleição presidencial de 2014. Só ganha, se fraudá-la. Curiosamente, o fracasso não dependerá da vitória conquistada por uma oposição competente. A derrota resultará da autofagia petista. O triunfo às avessas consagrará os erros primários cometidos pelo próprio partido. Não tem como perdurar algo que ora se confunde com uma seita ideológica, ora com um balcão de negociatas para enriquecer a cúpula partidária.

Sem credibilidade internacional – já perdida há muito tempo com a má gestão da política econômica -, a derrocada final do petismo é inevitável. Sem a frágil base de alianças internas, em clara decomposição, a governabilidade fica inviável. Os ratos já abandonam o PTitanic que afunda depois de bater, sem parar, nos icebergs que a petralhada arruma contra si mesma. O Mensalão demorou, mas foi fatal. E vem coisa pior, no mar de denuncismos do ano eleitoreiro...

The game is over. A Oligarquia Financeira Transnacional já deu sinais de que não se interessa pela continuidade do PT no Poder. Embora a política econômica tenha beneficiado os bancos, proporcionando-lhes lucros sempre recordes, a petralhada arrumou uma briga fidagal com os dirigentes do Itaú e do Bradesco. Por isso, as duas maiores instituições financeiras privadas do País vão apostar na derrota do PT. O investimento será em uma “oposição” que torne ambiente político e econômico suportável, “menos corrupto”.

Eis o grande X da questão: O PT perde. Mas quem ganha? O partido deixa heranças pra lá de malditas com sua gestão literalmente incomPTente. Os legados petralhas são corrupção, improdutividade e violência. O modelo pretensamente revolucionário, por meio do aparelhamento da máquina estatal para permitir longevidade no poder, gerou um sistema de vagabundagem premiada, com direito à corrupção e impunidade.

Tal governança do crime organizado consolidou o Capimunismo – que tem as cúpulas política, sindical e empresarial controlando um cínico Estado de direito autoritário, financiado pelo dinheiro público, e não pelo risco de investimento privado. Assim funciona a República Sindicalista do Brasil – que o positivismo fardado teve a ilusão de ter impedido a partir do movimento civil-militar de 1964. Neste caos, uma mera quartelada não resolve o problema.


Voltemos ao dilema: O PT perde, mas como fica o cenário pós-derrota? Exatamente aí mora o perigo institucional brasileiro. Simplesmente é fácil prever que os petistas não vão largar facilmente a máquina que aparelharam – ocupando cargos de confiança bem remunerados ou pela via dos concursos públicos arranjados. Quem vencer a eleição será obrigado a conviver com uma oposição interna, consistente, contra a própria governança. O futuro governo (se não for petista, via fraude) vai sofrer sabotagem interna.

Externamente, a máquina de guerra petista tem ainda mais força. Na campanha eleitoral, já dispõe de pelo menos R$ 2 bilhões para gastar à vontade. Fora o poderio da grana, o partido domina parte dos chamados “movimentos sociais” (que vão reagir contra as mudanças). Um deles, o MST, já deu uma demonstração logística do que é capaz na hora do confronto real. Vide a recente batalha com a Polícia, em Brasília, após uma mobilização de 30 mil militantes, e a arranjada reunião de “conciliação” com o governo que lhe financia ocultamente.

O esquema revolucionário – em parte operado por setores radicalóides da petralhada – já deu outras recentes demonstrações de que está pronto para o confronto, se houver derrota nas inseguras urnas eletrônicas (sem direito à auditoria do voto e do sistema virtual de transmissão e totalização). Toda vez que o sistema de poder petralha se vê ameaçadado, já repararam que sempre estoura alguma “rebelião urbana” ou dentro das penitenciárias? Tudo supostamente liderado por facções criminosas, acompanhada de aumento de assaltos, roubos, assassinatos e incêndios a ônibus? A tática de terror está manjada...

Parecido com o que acontece na Venezuela, a máquina revolucionária conta com sua tropa paramilitar – que promove ações ofensivas ou defensivas, dependendo da necessidade. Tudo inspirado no velho treinamento cubano e inspirado no Manual do Guerrilheiro Urbano do Carlos Mariguella. Esta tropa conta com soldados variados. Desde jovens idealistas, iludidos fanaticamente pela ideologia, até mão de obra de máfias criminosas urbanas, passando por terroristas profissionais recrutados em Cuba, geralmente egressos de países do Leste europeu ou do Oriente médio.

Junto com o terrorismo pré-revolucionário, temos outra ação bem organizada pela rica máquina petralha. Trata-se da construção gradual de uma “ditadura comunicacional”. Felizmente, o processo anda atrasado no Brasil em relação à Venezuela, Argentina, Equador e Bolívia. Nestes países, a turma do Foro de São Paulo ganha a batalha contra os tradicionais meios de comunicação. Confira como ocorreu a censura midiática, semana passada, na Venezuela de Nicolas Maduro, no desastre bolivariano pós-Hugo Chávez.
No Brasil, existem dois focos para viabilizar o autoritarismo midiático. Primeiro, o evidente aparelhamento ideológico no comando editorial dos próprios veículos. Na quase totalidade das redações dos principais jornais, rádios, televisões e revistas, esquerdistas ou simpatizantes ideológicos são maioria. Logo, ditam o que se veicula – independentemente da vontade do “patrão”. Censura-se ou “filtra-se” o que pode desagradar ou prejudicar ao esquemão político.

Segundo, e ao mesmo tempo, ocorre a pressão econômica do patrocinador governo e dos patrocinadores privados que são aliados governistas. Eles influenciam indiretamente ou ditam diretamente o que se veicula ou não na mídia. As censuras ideológica e econômica não são facilmente percebidas pelo grande público. Temos uma ilusão de liberdade de informação.

O pacto da ideologia e da grana só é rompido com os veículos de comunicação quando acontecem “acidentes”. Como a recente tragédia com o cinegrafista Santiago – um brilhante e dedicado profissional que foi covardemente atingido por um morteiro criminosamente jogado em uma batalha campal promovida por paramilitares revolucionários (não importa que nome de fantasia usem) no cada vez mais violento Rio de Janeiro.

A partir de 2015, caminhamos para um processo de radicalização política e tensão social. Corremos o risco de nos transformar em uma espécie de Venezuela ou Argentina atuais. Pré-condições para o caos já existem de sobra. Derrotada, a petralhada não vai largar o osso do poder, sem rosnar, morder e aterrorizar. Doutrinariamente, sempre que corre risco, a governança do crime contrataca com sua força auxiliar de bandidos. O objetivo é gerar terror para amedrontar a sociedade, enquanto a mídia amestrada ajuda a mostrar que “não dá para reagir” ou que “reagir é perigoso”.

Se o ato de terror sai de controle, encena-se um teatrinho jurídico e midiático. Logo são mobilizados os supostos defensores dos direitos humanos. Advogados são rapidamente escalados para cuidar dos “companheiros de luta injustamente presos ou vítimas da repressão dos excessos de uma polícia despreparada para lidar com protestos, violentos ou não”. O jogo de cena é complementado pelo discurso do governo que aparece depressa com promessas de combate à violência (postura cínica, já que a violência é gerada pela máquina revolucionária que aparelha o próprio governo).
Para ilustrar o que aqui se diz, vale a pena assistir ao vídeo postado pelo Bruno Toscano, no YouTube. Embalado pela música “O Calibre”, dos Paralamas do Sucesso, retrata bem o drama do brasileiro: o limite da segurança individual é rompido pelo Governo do Crime Organizado. A sensação é de insegurança, cada vez mais tensão e medo constante. Até quando suportaremos isto?

A Pátria Amada já está ultrajada. Quem pode lutar sem temor para mudar o quadro? Não adianta ficar esperando por uma intervenção mágica das Forças Armadas. Não existem pré-condições objetivas para uma repetição de 1964. Os militares só vão entrar no teatro de operações depois que o pirão desandar. O que acontece depois, no Day After, é imprevisível - principalmente em um Brasil apaixonado por soluções autoritárias.

O momento de ruptura institucional se aproxima. É inevitável! Quem não reagir acabará obrigado a rastejar... Sobreviverá quem melhor se adaptar ao caos gerado. O mais recomendável é se preparar para este pragmático “neodarwinianismo”. O que for bom ou mal vai acertar as contas com a História.

Barbosa fora do jogo

O ministro Joaquim Barbosa não vai concorrer às eleições presidenciais neste ano.

Quem garante é Secretaria de Comunicação do Supremo Tribunal Federal (STF) em nota divulgada no fim da tarde de sábado:

"O Presidente do Supremo Tribunal (STF), Ministro Joaquim Barbosa, ratifica que não é candidato a presidente nas eleições de 2014. O Ministro Joaquim Barbosa não faz juízo de valor sobre nenhum dos partidos políticos brasileiros, individualmente. A respeito do quadro partidário, já expressou sua opinião no sentido da realização de uma ampla reforma política que aprimore o atual sistema. Apesar de já ter tornado público o seu voto nas últimas três eleições presidenciais, o Presidente do STF, Tribunal que é o guardião da Constituição, ratifica seu respeito por todas as agremiações partidárias, seus filiados e eleitores".

A Secretaria de Comunicação do STF ressaltou que Barbosa já deixou claro que não pretende permanecer no cargo até completar 70 anos de idade e ser aposentado compulsoriamente. Mas, que não há definição sobre a data da sua saída. E nem intenção de embarcar na aventura da sucessão presidencial.

Menos Médicos


Quem quer Dinheiro?


Vida que segue... Ave atque Vale! Fiquem com Deus.

16 de fevereiro de 2014
Jorge Serrão é Jornalista, Radialista, Publicitário e Professor.

Nenhum comentário:

Postar um comentário