"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

terça-feira, 21 de janeiro de 2014

MERCADANTE, UM SUPER ALOPRADO NA CASA CIVIL

 
 
Recordar é antever o futuro. Lembram que, em 2006, o coordenador da campanha de Aloizio Mercadante ao governo de São Paulo, Hamilton Lacerda, foi filmado entrando com uma mala de dinheiro no hotel onde seriam presos dois dos aloprados? José Serra era um dos alvos do falso dossiê. Em 2011, o "aloprado" Expedito Veloso disse que Mercadante fora o Chefe dos Aloprados e um dos arrecadadores do dinheiro para a montagem da farsa, segundo revelado pela revista Veja. A matéria abaixo é da Folha de São Paulo.
 
Em um dos primeiros atos da reforma ministerial prometida para fevereiro, Dilma Rousseff acertou a ida do ministro Aloizio Mercadante (Educação) para a Casa Civil. A nomeação do petista devolve à pasta o status de superministério. O cargo havia perdido atribuições políticas desde a queda de Antonio Palocci, em 2011.
 
Com Gleisi Hoffmann, de saída da pasta para disputar o governo do Paraná, a Casa Civil passou a ser uma espécie de "coordenadora" dos programas de governo, concentrando decisões técnicas e administrativas. Esse perfil mais restrito foi uma determinação da própria Dilma. Agora, no ano eleitoral, a pasta volta a ter função híbrida.
Mercadante foi chamado para coordenar não só a agenda do Executivo, como também deve assumir parte da articulação institucional com os partidos aliados. No cargo, ele ainda fará a ponte com o núcleo da campanha à reeleição de Dilma. Na prática, a tendência é que o ministro herde parte das atribuições de Ideli Salvati, a titular da articulação política. Ideli pode permanecer no cargo, mas seguirá desgastada depois de vários atritos com o Congresso.
Economista, Mercadante também deve exercer mais influência no debate econômico, hoje solitariamente liderado por Guido Mantega (Fazenda). O chefe da Casa Civil integra a chamada Junta Orçamentária, comitê que decide onde e como o dinheiro público será gasto. Uma expressão dada nos bastidores resume o papel que ele terá na chamada "cozinha" do Palácio do Planalto: ser o "Dilmo da Dilma", em alusão à dobradinha feita por ela e Lula antes da disputa à Presidência da República, em 2010.
 
O convite a Mercadante foi feito no fim de semana e, ontem, a transição foi deflagrada. Apesar de acertada, a nomeação do novo chefe da Casa Civil só deve ser oficializada na próxima semana, quando Dilma voltar do exterior. A presidente viaja amanhã para a Suíça, onde participa do Fórum Econômico Mundial. Depois, vai a Havana, em Cuba.
 
Ontem, Dilma reuniu-se com o ex-presidente Lula e outros conselheiros. Além de Mercadante, participaram o ex-ministro Franklin Martins, futuro coordenador da área digital da campanha, e Giles Azevedo, chefe do gabinete presidencial.
 
O porta-voz da Presidência da República, Thomas Traumann, classificou a notícia antecipada pela Folha de "especulação". "A presidente Dilma recebeu hoje o ex-presidente Lula para a primeira reunião neste ano. Como sempre, discutiram sobre conjuntura, Copa e educação. Normal, padrão regular."
Há mais de uma dezena de pastas em jogo na reforma. Na Saúde, é dado como certo que Arthur Chioro, atual secretário de Saúde de São Bernardo do Campo, assumirá o lugar de Alexandre Padilha, de saída para disputar o governo de São Paulo. O comando da Educação deve ficar com José Henrique Paim, hoje secretário-executivo da pasta.
 
21 de janeiro de 2014
in coroneLeaks

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