O PSDB está fazendo de tudo para não melindrar José Serra, enquanto este faz tudo para constranger Aécio Neves. Os políticos estão no papel deles. Como o senador Aloysio Nunes Ferreira, que escreveu esta carta, hoje, para o Estadão:
Cruzada espartana
A reportagem publicada no Estado de domingo (A8) sob o título Por 2014, Serra faz cruzada espartana, segue o enredo dessas intrigas partidárias que só prejudicam o PSDB. Elas me provocam a mais viva irritação, especialmente, como foi o caso, quando sou citado e não sou ouvido. Quando hostilizam José Serra, tentam desqualificar sua ação política e subestimar sua liderança, os deputados Carlos Sampaio e Marcos Pestana miram no adversário errado, brincam com fogo e, lamento dizê-lo, fazem o jogo do PT. Sou, sim, amigo de Serra. Ele sabe que sempre poderá contar comigo, inclusive nos projetos políticos que vier a acalentar. Isso não me impede de colaborar com Aécio Neves no excelente trabalho de mobilização do partido que ele vem realizando.
O próprio Aécio Neves veio à imprensa para botar água na fervura. E declarou à Folha de São Paulo:
"Deixem o Serra trabalhar em paz, são absolutamente legítimas as viagens que o Serra faz, é positivo para todos nós que ele possa ser mais uma voz permanente de oposição ao governo, não há nenhuma tensão entre nós", disse Aécio, completando: "Esse problema interno é um problema que não existe."
"Tudo que fizermos vai ser com base no entendimento. Não acho necessária essa antecipação, ela vai acontecer no tempo certo, não tem uma data pré-fixada. Pode ser em março? Pode. Se nós todos acharmos que deve ser antes, será antes, mas a partir de um grande entendimento entre nós", disse Aécio, para quem o "combustível" principal do PSDB é a unidade. "Pode ter certeza de que no momento da campanha eleitoral quando você olhar para um vai enxergar o outro", afirmou o tucano.
Após participar de uma audiência na Câmara dos Deputados, o governador Geraldo Alckmin (PSDB-SP), disse que a melhor data para a escolha do nome tucano ao Planalto é o início de 2014. "Acho que o ideal é fazer [a escolha] no início do ano que vem. É uma boa data. O ano já está acabando", afirmou ele, brincando: "Só há dois ansiosos na vida, os políticos e os jornalistas." Candidato à reeleição, Alckmin negou que haja articulação para que seja o vice na chapa de Aécio: "Minha tarefa é trabalhar lá em São Paulo", se limitou a dizer.
O problema não é mais interno do PSDB. A militância quer o nome de Aécio oficializado. Quer a candidatura nas ruas. É querer demais, depois de três eleições em que tudo ficou para a última hora? Será que não chegou a hora de colocar o militante em primeiro lugar? Que Aécio deve se resguardar é pura balela. Deve mais é se expor. É assim que se ganha eleição presidencial no Brasil.
05 de novembro de 2013
in coroneLeaks
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