No Maranhão de Sarney, Lobão e Chiquinho Escórcio turbinam números e patrimônio
Discípulo do tiranete maranhense, por que não dizer que é um estafeta de luxo do senador peemedebista, o deputado federal Francisco Escórcio (PMDB-MA) parece não ter faltado às aulas de progressão geométrica. Até porque, foi dessa maneira que seu patrimônio evoluiu nos últimos anos, como noticiou o jornalista Cláudio Humberto.
Tendo como fonte de renda apenas o salário de parlamentar, R$ 26,7 mil mensais, Chiquinho de Sarney, como é conhecido Escórcio, conseguiu operar um verdadeiro milagre. Em 2006, de acordo com informe enviado à Justiça Eleitoral, seu patrimônio era de R$ 2,2 milhões.
Quatro anos mais tarde, em 2010, os bens do capataz político de Sarney somavam incríveis R$ 26,8 milhões. Ou seja, o patrimônio de Chiquinho cresceu 1.200% no período, o que representa a bagatela de R$ 6,6 milhões a cada ano.
Contudo, Chiquinho de Sarney não é especialista apenas no milagre da multiplicação, mas também em desculpas esfarrapadas. Para justificar essa meteórica valorização patrimonial, Chiquinho usou a tese da “correção monetária” dos valores das suas propriedades.
Mas o deputado maranhense parece não se incomodar com a própria desfaçatez. Se nem mesmo em Nova York as tais propriedades teriam valorizado de tal forma, imagine, caro leitor, no mais miserável estado brasileiro.
Outro aluno fiel e sempre presente às aulas de progressão geométrica é o senador licenciado Edison Lobão, outro obediente integrante do clã Sarney. Atual ministro de Minas e Energia, Lobão atuou fortemente nos bastidores para que a Companhia Vale do Rio Doce, a Vale, cedesse a um cooperativa de antigos garimpeiros, por apenas U$ 59 milhões, os direitos de exploração mecanizada da área onde um dia funcionou o garimpo de Serra Pelada.
O ouro remanescente no local, que só pode ser extraído com tecnologia de ponta, foi avaliado, por baixo, em R$ 3 bilhões. Os velhos garimpeiros tornaram-se sócios da empresa canadense Colossus, interessada em explorar o ouro que restou em Serra Pelada.
Com Edison Lobão à frente do Ministério de Minas e Energia, a Colossus aumentou sua participação no negócio com os garimpeiros ligados ao senador maranhense. Para elevar a participação de 51% para 75%, a empresa canadense pagou aos garimpeiros R$ 50 milhões. Essa operação ocorreu em 2010, ano em que Lobão conquistou mais um mandato de senador.
O Ministério Público entrou no caso e quer descobrir a destinação de parte do dinheiro desembolsado pela canadense Colossus. A dona de casa Antônia Alves de Oliveira, que atualmente reside em Imperatriz, no interior do Maranhão, era a tesoureira da cooperativa de garimpeiros.
Em sua conta bancária foram depositados, entre janeiro de 2010 e março de 2011, R$ 19,2 milhões, mas, de acordo com o Conselho de Controle das Atividades Financeiras (Coaf), 65% desse montante foram sacados na boca do caixa, em retiradas de R$ 100 mil. “Não ficava nada comigo. Podem abrir minhas contas no banco. Se entrasse o dinheiro às 11 horas, às 17 horas não tinha mais nada. Tinha uma lista de pagamentos para fazer”, disse Antônia à revista Época.
O MP está no encalço dos envolvidos na operação e a qualquer momento a verdade virá à tona. Quando isso acontecer, não ficará pedra sobre pedra e o Lobão terá de se fantasiar terá de se fantasiar de Chapeuzinho Vermelho.
05 de novembro de 2013
ucho.info
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