"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

terça-feira, 5 de novembro de 2013

OGX DE EIKE, PREVIU 1,5 BILHÃO DE BARRIS PARA CAMPO QUE NUNCA PRODUZIU

Teste indicou em 2010 óleo pesado demais, mas empresa só comunicou problemas neste ano
Petroleira diz que informou mercado sobre projetos, evitando divulgar "informações incompletas"
 

 


 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O campo de Vesúvio, o primeiro descoberto pela OGX, é um exemplo emblemático da diferença entre o que a petroleira de Eike Batista informava aos investidores e o que acontecia internamente.
 
A empresa chegou a estimar que Vesúvio produziria até 1,5 bilhão de barris, mas nunca comercializou uma gota de petróleo de lá.
 
Segundo ex-técnicos da OGX, o petróleo de Vesúvio se revelou muito pesado e inaproveitável já nos primeiros testes. "Só foi possível recuperar borra, tamanho o peso do óleo", disse uma fonte que pediu anonimato.
 
Folha revelou no domingo que a OGX já tinha estudos internos feitos a pedido da diretoria, em julho de 2012, indicando que suas reservas na bacia de Campos poderiam ser apenas 17,5% do que fora divulgado ao mercado.
 
Em vez de pelo menos 1,8 bilhão de barris de petróleo previstos, só poderia tirar de forma economicamente viável 315 milhões de barris.
 
Os estudos referem-se aos campos de Tubarão Azul, Tubarão Martelo, Tubarão Areia, Tubarão Tigre e Tubarão Gato. Vesúvio nem entrou na conta, porque já havia sido abandonado.
 
A OGX não quis se pronunciar especificamente sobre o campo de Vesúvio e manteve o posicionamento da semana passada. Segundo a companhia, "o mercado sempre foi mantido informado sobre os projetos de produção, evitando a divulgação de informações incompletas".
 
Conforme pesquisa feita nos fatos relevantes da companhia, a OGX estimou, em outubro de 2009, um volume de óleo recuperável (que pode ser extraído com lucro) entre 500 milhões e 1,5 bilhão de barris em Vesúvio.
 
"Esse excelente resultado revela o grande potencial petrolífero dos nossos blocos, além de contribuir para a redução dos riscos dos próximos prospectos a serem perfurados na região", disse Paulo Mendonça, que ocupava o cargo de diretor-geral.
 
A notícia provocou alvoroço na OGX, que logo em seguida encomendou sua primeira plataforma, a OSX-1. A unidade nunca foi utilizada comercialmente em Vesúvio e só pode ser aproveitada no campo de Tubarão Azul.
 
TRÊS ANOS
 
Conforme a Folha apurou, os testes que verificaram que o óleo de Vesúvio era muito pesado ocorreram no fim de 2010. Mas o mercado só foi informado, parcialmente, de problemas em 13 de março deste ano, pouco antes de a empresa chegar à fase mais aguda da crise, que culminou na recuperação judicial.
 
Em um fato relevante que tratava de vários temas, a OGX solicitou à ANP (Agência Nacional do Petróleo) autorização para fazer um plano de avaliação de desempenho de Vesúvio, com prazo até o segundo semestre deste ano. Mas não dá detalhes sobre o desempenho da área.
 
05 de novembro de 2013
RAQUEL LANDIM E RENATA AGOSTINI - FOLHA DE SÃO PA

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