Política econômica da presidente e ministra da Fazenda Dilma=maior déficit de conta corrente da história, desindustrialização, atraso cambial, compressão das tarifas públicas…
Do blog Política & Economia Na Real, do jornalista José Márcio Mendonça e do economista Francisco Petros
ÚLTIMA SEMANA DE NOVEMBRO – 1
Nesta última semana de novembro, reuniram-se mais alguns fatos e atos que demonstram que o Brasil persiste a arranhar as melhores expectativas que dele podem se formar.
Do ponto de vista econômico tivemos a reunião do Copom do Banco Central que aumentou o custo do dinheiro e retornou à marcante taxa de juros básica de dois dígitos. Deste fato extrai-se a constatação do fracasso em relação à política monetária como instrumento efetivo a conter a inflação.
O governo persiste na estratégia de informar o público de que a meta em relação à variação dos preços está sendo cumprida, mas o que de fato se faz é abandonar o centro da meta de inflação e operar na “periferia do alvo” o que mexe não somente com as expectativas de curto prazo, mas, sobretudo com as de médio prazo.
Esquecem os planejadores de Brasília que este discurso e estratégia acabam por elevar a resistência do tal do mercado em reduzir as taxas de juros. Tão simples de entender e o governo não entende.
Última semana de novembro – 2
Do lado dos juros ativos dos bancos, o custo de empréstimos e financiamentos, o fracasso do governo é ainda mais retumbante. Nada conseguiu em relação à redução do spread bancário (lembram-se?) [spread é a diferença entre o custo desembolsado pelos bancos para captar dinheiro e o custo para quem toma dinheiro emprestado dos bancos] e sequer foi capaz de chegar a um diagnóstico sobre o assunto.
Esqueceu-se o assunto, assim como foi esquecido o PIB de 4,5% neste ano.
Seria piada se não fosse interesse de nosso país. Mas, a presidente da República e ministra da Fazenda Dilma Rousseff tem a sorte de fazer com que a letargia nacional não se torne motivo de maior desemprego. Somado a este fato as políticas ditas “sociais”, bem como o alargamento da base de apoio dos políticos por meio de práticas (tristemente) históricas, a enganação nacional persiste.
Afinal, quem se importa – no sentido de agir politicamente – com o maior déficit de conta corrente da história, o processo estrutural de desindustrialização, o atraso cambial, a compressão das tarifas públicas, etc? A sociedade brasileira aceita a “cristalização” de uma situação que joga o país no atraso, mas é bom que se saiba que há custos. Estes virão.
30 de novembro de 2013
Ricardo Setti - Veja
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