"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

sábado, 30 de novembro de 2013

ROUBINI, ECONOMISTA QUE PREVIU A CRISE DOS EUA, VÊ SINAIS DE BOLHA NO BRASIL

Segundo o professor da New York University, cenário de elevados preços dos imóveis é visto também em outros emergentes e em economias avançadas como França, Alemanha e Reino Unido



Economista Nouriel Roubini, professor da New York University (Simon Dawson/Bloomberg/Getty Images)

O economista e professor da New York University, Nouriel Roubini – conhecido por ser um dos especialistas a prever a crise financeira dos Estados Unidos de 2008 – escreveu num artigo no site Project Syndicate que as grandes cidades brasileiras mostram evidências de bolha imobiliária. 
 
Economista Nouriel Roubini, professor da New York University

Roubini diz que, cinco anos depois de a crise financeira ter estourado nos EUA, sinais de “espuma, senão bolhas” estão reaparecendo nos mercados imobiliários de países como Suíça, Suécia, Noruega, Finlândia, França, Alemanha, Canadá, Austrália, Nova Zelândia e Grã-Bretanha.
Entre os emergentes, além do Brasil, o especialista cita Hong Kong, Cingapura, China, Israel e grandes centros urbanos na Turquia, na Índia e na Indonésia.
 
O professor aponta como evidências de bolha o rápido aumento dos preços das moradias, principalmente ao compará-los com a evolução da renda e a forte participação da dívida hipotecária no endividamento das famílias nessas regiões.
 
Contudo, ao explicar o que está provocando o cenário de preços elevados nos mercados imobiliários, ele faz uma distinção entre os países emergentes e as economias mais avançadas. Para Roubini, o primeiro grupo tem esse cenário provocado pelas políticas de “afrouxamento quantitativo”: taxas baixíssimas de juros, grande disponibilidade de dinheiro no mercado, em um momento em que a inflação e o crescimento são baixos também.

Já para os emergentes, o especialista faz uma distinção nos países que têm renda per capita mais elevada, como Hong Kong e Cingapura, a possível bolha se deve às taxas baixas de juros para evitar valorização das moedas locais.
Já em países como Brasil, Turquia, Índia e Indonésia, ele cita os elevados patamares inflacionários.
 
Contudo, Roubini não acredita que essas bolhas vão estourar rapidamente. Segundo ele, trata-se de uma lenta repetição do que aconteceu com o mercado imobiliário recentemente. “E, como da última vez, quanto maiores as bolhas se tornarem, mais desagradável será a colisão com a realidade.”
 
Roubini não é o primeiro a ver sinais de bolha no mercado imobiliário brasileiro. Recentemente, o economista e professor de Yale - também vencedor do prêmio Nobel de Economia 2013 -, Robert Shiller, disse ao site de VEJA que o país pode estar vivendo uma situação de bolha. Isso devido ao súbito aumento dos preços das moradias, principalmente em cidades como Rio de Janeiro e São Paulo. Assim como Roubini, Shiller também foi um dos primeiros economistas a sinalizar a crise dos Estados Unidos.

30 de novembro de 2013
Veja

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