Lembro-me muito bem desse período, era 1992 e prestes a acontecer o Impeachment de Collor. As pessoas andavam revoltadas com o confisco da poupança e a inflação era inexplicável. Só para ter uma ideia, se o ônibus na ida tinha um valor, na volta ele já era mais caro em período de horas.
Obviamente isso era um tendão de Aquiles na credibilidade do governo que ia de mal a pior. Oportunidade para uma máfia que plantou a sua semente e soube esperar o tempo certo para desabrochar.
Na oitava série inteira e no 1º colegial, em todas as aulas tínhamos uma espécie de “momento PT”. Não importava se era aula de Química, Física, História ou Educação Física, todos os professores eram porta-vozes dessa gangue.
Estratégia maquiavélica e muito bem articulada. Oras, é muito fácil convencer jovens de 16 e 17 anos a fazer alguma coisa considerando que é uma fase hormonal em que a emoção fala muito mais do que a razão.
Nessa época eu nem tinha consciência política e não entrei nesse tipo de discussão, porém a grande maioria dos meus colegas, relembrando a teoria das massas, se deixou levar pelo impulso e tornaram-se bandeirinhas da quadrilha da estrela vermelha.
Atualmente, com a valorização da ignorância, o controle da grande massa mediante a sedução de uma “bolsa qualquer coisa” trouxe uma estabilidade do caos social, público e moral.
Muitos daqueles que saíram para protestar contra o sistema já utilizaram uma camisa vermelha com a foto do Che Guevara, um dos falsos arquétipos utilizados pelos petralhas, declarando publicamente o estupro pedófilo mental que ocorre há décadas.
Está provado que não existe democracia neste país, pois democracia é igualdade de condições para poder de decisão e não estamos preparados para isso. O voto só resolve se é um voto com conhecimento e não com consciência.
21 de setembro de 2013
Fabrizio Albuja é Jornalista e Professor Universitário.
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