"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

sábado, 7 de setembro de 2013

NOTAS POLÍTICAS DO JORNALISTA HELIO FERNANDES

Milhões perderam bilhões com os planos de Sarney e o confisco de Collor. Hoje, 7 de setembro, o povo nas ruas, Dona Dilma numa cadeia, de rádio e televisão. Intelectuais protestam contra violência policial.



Intelectuais dos mais diversos setores, e todos de projeção, estavam preocupados com a repressão violenta e os excessos da polícia contra os manifestos das ruas.
Concordaram: precisavam participar, protestar, mostrar a discordância. Pensaram num manifesto com muitas assinaturas, não dava tempo, além de difícil de coordenar.

Decidiram por concordância de palavra dos que não estavam disponíveis, e presença daqueles que se encontravam no Rio,  embora a preocupação fosse nacional. A repercussão foi excelente, inundaram o facebook com fotos, principalmente de Caetano Veloso, que apareceu de corpo inteiro.

Representando todos e acompanhado de mais alguns, Caetano foi conversar com o secretário Beltrame. Inicialmente as colocações eram apenas duas. Repressão policial e o direito de qualquer um andar com máscara ou com o rosto coberto.
UPPs, AMARILDO E DROGAS

O secretário Beltrame explicou que nesses “confrontos” (palavra muito usada) existem e podem existir excessos, incompreensões, exageros. Mas a reivindicação se localiza principalmente nos protestos marcados para hoje, o tão apreensivo e esperado 7 de Setembro.

Sobre o rosto coberto, Beltrame disse que isso é atribuição da Polícia Civil e até Federal. Quanto à parte da sua Secretaria, “a recomendação e sempre de calma, tranquilidade, mas tem que haver repressão”.

Conversaram sobre o pedreiro Amarildo, desaparecido desde 14 de julho, mais de um mês (comentário deste repórter: até agora não aconteceu nada, a investigação “se refugia” numa dúvida que se parece mais com desinteresse, Ou tentativa de livrar os autores, vá lá, supostos autores).
A investigação fica sempre em silêncio, não há manifestação oficial, deixam escapar apenas “estamos investigando”. E com isso, os autores também escapam.

O que se consegue saber com muito esforço, e não oficialmente; “Estamos com duas vertentes (?) de investigação. O pedreiro Amarildo tinha LIGAÇÕES com o tráfico ou com policiais”. Só isso.
Não explicam o desaparecimento, a morte (é lógico que está morto), não acusam ninguém, não dizem “Amarildo trabalhava com traficantes ou policiais corruptos”. Deixam tudo incerto, não explicado. A “reconstituição”, vergonha e vexame geral.

VOLTANDO A CAETANO

Deixando seu conforto, sua estabilidade e bem estar conquistado com muito trabalho, repudiando e combatendo até mesmo a ditadura (coisa que pouca gente fez, mas agora coloca no currículo), fez mais perguntas.  Queria saber sobre as UPPs, se é um sucesso verdadeiro ou apenas aparente e “marquetado”.

Depois de Beltrame, o famoso cantor e compositor foi conversar (ontem) com os que (hoje) deverão voltar às ruas, sem medo mas com preocupação. Tendo pedido a Beltrame proteção para o cidadão de máscara (nada a ver com a investigação “mascarada”), Caetano se deixou fotografar de máscara. O Facebook exibe orgulhosamente essas fotos, ótimo.

TUDO ISSO É POSITIVO

Os protestos que se espera (hoje), 7 de Setembro, dominam o Brasil inteiro, com multidões veementes e pacíficas, são necessários e indispensáveis.

Precisamos mostrar ao mundo e a nós mesmos que o Brasil não acabou, não existe apenas de Cabral a cabralzinho, é um vasto e inexplorado continente, habitado por cidadãos explorados mas resistentes. De sempre a sempre, cada vez com mais convicção, vontade e certeza sobre o que representamos para toda a comunidade. Às ruas, cidadãos.

FLORIANO-COLLOR-DILMA

Reinaldo Gonçalves, respeitado professor titular de Economia da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) fez levantamento em profundidade sobre o crescimento do PIB em toda a República.

Concluiu: “Floriano Peixoto e Fernando Collor foram os dois presidentes que deixaram o PIB em menos de 2%. E pelo desempenho, Dona Dilma deve ser a terceira”. O estudo é longo e interessantíssimo, principalmente pelas circunstâncias.

(A partir daqui, fatos deste repórter) Floriano nunca foi eleito nem governou com autenticidade. No dia da implantação (e não Promulgação, como dizem equivocadamente) da República, 15 de novembro de 1889, Deodoro foi “empossado por ninguém”. Floriano, ministro da Guerra, tinha a força.

MAIS PODER INDIRETO

Em fevereiro de 1891, promulgada indiretamente (tudo era indireto) a Constituição, Deodoro foi “eleito” presidente e Floriano “vice”, sem povo, sem voto, sem urna. Só que o “vice” não estava satisfeito, queria o Poder total. Como acumulava a “vice” e o comando do Exército, em novembro (oito meses depois) derrubou Deodoro, fingiram que este havia renunciado.

Pela própria Constituição indireta, deveria ter convocado eleições em 30 dias, ficou no cargo os 4 anos. Antes, sem votos. Depois, sem legalidade, legitimidade, sem governar. O Senado repudiava suas nomeações, em 15 de novembro de 1894 tomava posse o primeiro civil ELEITO, o destacado Prudente de Moraes. Floriano acreditou que ficaria para sempre, não organizou nada, nem transferiu o cargo. Prudente e todos os ministros, de fraque ou casaca, com o calor de novembro, perplexos e suando dentro dos tilburis, o transporte que havia.

FERNANDO COLLOR

Curiosamente, em 1989, quando a República completava 100 anos, surgia o furacão Fernando Collor. Apoiado (?) por um partido inexistente (PRN), pretendendo a Presidência. E ganhando de 6 adversários, entre eles Lula, Brizola e o doutor Ulysses. Derrotou todos, uma das grandes surpresas da História da República.

Mas teve apoio tendencioso, interessado e poderoso do “doutor” Roberto Marinho, que “colocou toda a Organização” a serviço da vitória. Fizeram as maiores traições ao jornalismo. “Editaram” o debate Collor-Lula. “Denunciaram” que Lula tinha fora do casamento uma filha, Lurian.

Collor ganhou mas não governou, por causa da desastrada atuação de Dona Zelia, que “por detalhes” confiscou os bens de milhões. Collor ficou apenas 2 anos, não ligava para o PIB, sofreu o impeachment, o primeiro de nossa História.

MILHÕES PERDERAM TUDO

Sem nenhuma coincidência, apenas redundância, os que haviam tido perdas enormes com os mais diversos planos do governo Sarney, foram sacrificados novamente com o CONFISCO.
O “presidente” Sarney merece todas as aspas. Vinha da ditadura, quando não havia eleição, para uma nova indireta. Queria ser “vice” de Maluf. O enviado de Sarney a Maluf, grande jornalista, ouviu: “Não quero o Sarney de vice nem para ganhar”.

Sarney foi vice de Tancredo, que venceu mas morreu sem assumir. “Deixou” para Sarney todos os cinco anos do mandato, queria seis. Despreparado, sem nenhuma noção ou capacidade, “governou” através de “planos” idiotas, inconsistentes, incoerentes. E todos seguidos de trocas de moedas.

O cidadão não tinha nem tempo de decorar o nome e o valor da nova moeda. Mas as conversões eram feitas arbitrariamente, só mais tarde descobria que havia sido roubado na transação da qual não participara, apenas fora comunicado, muito depois. Perderam centenas de milhões, até hoje não sabem quanto.

PREJUDICADOS PELOS GOVERNOS, DESPREZADOS PELA JUSTIÇA

O que fazer? O que fizeram, até hoje inteiramente inútil. Tentaram ressarcir, que palavra, os prejuízos desses “plano Sarney”, perderam tudo e perderam tempo, no mínimo 25 anos. (Contados de 1988 até hoje, 2013. Que massacre).

Quando estavam na Justiça há 4 ou 5 anos, ainda esperançosos, acreditando na desacreditada Justiça, veio o confisco, os milhões de cidadãos perderam novamente o que ganharam com trabalho incessante, prejuízos totalizaram bilhões de reais.

Como já estavam tentando reaver as perdas com Sarney, deram outra procuração aos mesmos advogados, para ver se recuperavam também os prejuízos com o CONFISCO. Se com Sarney já esperam há 25 anos, com o CONFISCO se passaram “apenas” 20 anos. Ah! Manuel Bandeira, “Mundo, mundo, se eu me chamasse Raimundo, seria uma rima, não seria uma solução”.

Para esse Justiça despreparada, desarvorada, desarticulada, desinteressada, desmemoriada, desprezada, não existe nenhum Manuel Bandeira, mas muitas rimas. Só que todas, rigorosamente impublicáveis.

DONA DILMA E O “PIBINHO”

Só discordo do professor Reinaldo dos presidentes com menos PIB após SEUS MANDATOS. E que o terceiro MENOR DEVE SER o de de Dona Dilma. Desculpe, professor, JÁ É O MENOR. Em 2012, foi de apenas 0,9%, Sua colocação na lista negativa, inalterável.

07 de setembro de 2013
Helio Fernandes

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