"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

sábado, 7 de setembro de 2013

DESTA VEZ, CAETANO VELOSO ERROU.

O grupo Black Blocs não merece apoio. Seu objetivo é apenas vandalizar, e mais nada.

Caetano Veloso é um dos maiores mitos brasileiros. Um gênio na composição musical e na poesia, trabalhando uma linguagem sempre moderna e inovadora, explorando sentimentos e sempre defendendo teses democráticas e nacionalistas, lutando pelo direito das minorias e pelo fim de todo tipo de preconceito.

O mais importante é que Caetano é um grande intelectual, que sempre se destacou também lançando excelentes livros e escrevendo constantes artigos na imprensa, desde os tempos do Pasquim. E em toda a sua já longa trajetória, só recebeu críticas políticas por ter mantido relações cordiais com Antonio Carlos Magalhães, o poderoso chefão da Bahia.

Na época, até achei equivocadas essas críticas a Caetano e não embarquei nessa onda, porque ACM tinha o poder de se relacionar com quase todos os baianos, usando seu prestígio com os militares não somente para enriquecer ilicitamente, mas também para desenvolver a Bahia, no estilo “rouba mas faz”. E sabia ser simpático, quando lhe convinha. Poucos baianos conseguiram resistir a ACM.

O MAIOR ERRO DE CAETANO

Agora, porém, Caetano comete o maior erro de sua vida, ao apoiar os Black Blocs e conclamar o povo a sair mascarado às ruas. Sua proposta deveria ser totalmente contrária, recomendando que todos saíssem sem máscaras, de cara limpa, encarando com orgulho e dignidade a atitude de participar de um protesto.

Sem perceber, o que Caetano fez foi apoiar um grupo de malfeitores e vândalos, que destroem até mesmo o que pertence ao povo, como os abrigos para quem está esperando ônibus. Com isso, somente acirrou a situação, sem perceber que o resultado são confrontos, prisões, pessoas feridas e correndo risco de vida, depredações, vandalismo, barbárie.

Caetano não fez por querer, como se diz na Bahia. Em nenhum momento defendeu a violência. Queria apenas apoiar os jovens, dizer que é solidário a eles, que o mundo precisa ser melhor, que o Brasil ainda é muito injusto, que não há oportunidades iguais para todos, que os governantes, políticos e magistrados não valem nada, e por aí em diante, nesse quadro de “Podres Poderes” que o próprio Caetano criou, numa de suas mais provocativas canções.

Vamos desculpar Caetano. Ele errou, tentando acertar. Não percebeu que a barbárie e o retrocesso se escondem atrás das máscaras.

07 de setembro de 2013
Carlos Newton

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