O grupo Black Blocs não merece apoio. Seu objetivo é apenas vandalizar, e mais nada.
Caetano Veloso é um dos maiores mitos brasileiros. Um gênio na composição musical e na poesia, trabalhando uma linguagem sempre moderna e inovadora, explorando sentimentos e sempre defendendo teses democráticas e nacionalistas, lutando pelo direito das minorias e pelo fim de todo tipo de preconceito.
O mais importante é que Caetano é um grande intelectual, que sempre se destacou também lançando excelentes livros e escrevendo constantes artigos na imprensa, desde os tempos do Pasquim. E em toda a sua já longa trajetória, só recebeu críticas políticas por ter mantido relações cordiais com Antonio Carlos Magalhães, o poderoso chefão da Bahia.
Na época, até achei equivocadas essas críticas a Caetano e não embarquei nessa onda, porque ACM tinha o poder de se relacionar com quase todos os baianos, usando seu prestígio com os militares não somente para enriquecer ilicitamente, mas também para desenvolver a Bahia, no estilo “rouba mas faz”. E sabia ser simpático, quando lhe convinha. Poucos baianos conseguiram resistir a ACM.
O MAIOR ERRO DE CAETANO
Agora, porém, Caetano comete o maior erro de sua vida, ao apoiar os Black Blocs e conclamar o povo a sair mascarado às ruas. Sua proposta deveria ser totalmente contrária, recomendando que todos saíssem sem máscaras, de cara limpa, encarando com orgulho e dignidade a atitude de participar de um protesto.
Sem perceber, o que Caetano fez foi apoiar um grupo de malfeitores e vândalos, que destroem até mesmo o que pertence ao povo, como os abrigos para quem está esperando ônibus. Com isso, somente acirrou a situação, sem perceber que o resultado são confrontos, prisões, pessoas feridas e correndo risco de vida, depredações, vandalismo, barbárie.
Caetano não fez por querer, como se diz na Bahia. Em nenhum momento defendeu a violência. Queria apenas apoiar os jovens, dizer que é solidário a eles, que o mundo precisa ser melhor, que o Brasil ainda é muito injusto, que não há oportunidades iguais para todos, que os governantes, políticos e magistrados não valem nada, e por aí em diante, nesse quadro de “Podres Poderes” que o próprio Caetano criou, numa de suas mais provocativas canções.
Vamos desculpar Caetano. Ele errou, tentando acertar. Não percebeu que a barbárie e o retrocesso se escondem atrás das máscaras.
07 de setembro de 2013
Carlos Newton
Caetano Veloso é um dos maiores mitos brasileiros. Um gênio na composição musical e na poesia, trabalhando uma linguagem sempre moderna e inovadora, explorando sentimentos e sempre defendendo teses democráticas e nacionalistas, lutando pelo direito das minorias e pelo fim de todo tipo de preconceito.
O mais importante é que Caetano é um grande intelectual, que sempre se destacou também lançando excelentes livros e escrevendo constantes artigos na imprensa, desde os tempos do Pasquim. E em toda a sua já longa trajetória, só recebeu críticas políticas por ter mantido relações cordiais com Antonio Carlos Magalhães, o poderoso chefão da Bahia.
Na época, até achei equivocadas essas críticas a Caetano e não embarquei nessa onda, porque ACM tinha o poder de se relacionar com quase todos os baianos, usando seu prestígio com os militares não somente para enriquecer ilicitamente, mas também para desenvolver a Bahia, no estilo “rouba mas faz”. E sabia ser simpático, quando lhe convinha. Poucos baianos conseguiram resistir a ACM.
O MAIOR ERRO DE CAETANO
Agora, porém, Caetano comete o maior erro de sua vida, ao apoiar os Black Blocs e conclamar o povo a sair mascarado às ruas. Sua proposta deveria ser totalmente contrária, recomendando que todos saíssem sem máscaras, de cara limpa, encarando com orgulho e dignidade a atitude de participar de um protesto.
Sem perceber, o que Caetano fez foi apoiar um grupo de malfeitores e vândalos, que destroem até mesmo o que pertence ao povo, como os abrigos para quem está esperando ônibus. Com isso, somente acirrou a situação, sem perceber que o resultado são confrontos, prisões, pessoas feridas e correndo risco de vida, depredações, vandalismo, barbárie.
Caetano não fez por querer, como se diz na Bahia. Em nenhum momento defendeu a violência. Queria apenas apoiar os jovens, dizer que é solidário a eles, que o mundo precisa ser melhor, que o Brasil ainda é muito injusto, que não há oportunidades iguais para todos, que os governantes, políticos e magistrados não valem nada, e por aí em diante, nesse quadro de “Podres Poderes” que o próprio Caetano criou, numa de suas mais provocativas canções.
Vamos desculpar Caetano. Ele errou, tentando acertar. Não percebeu que a barbárie e o retrocesso se escondem atrás das máscaras.
07 de setembro de 2013
Carlos Newton
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