O país havia sido o único da União Europeia presente na reunião do G20 que ainda não havia assinado documento, ratificado por outros onze países
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama abraça a chanceler alemã, Angela Merkel (Thomas Peter/Reuters )
A Alemanha anunciou neste sábado seu apoio à declaração assinada no marco do G20 por 11 países em favor de uma "forte resposta internacional" após o uso de armas químicas na Síria, após ter avaliado as posturas dos demais membros da União Europeia.
O ministro das relações exteriores alemão, Guido Westerwelle, afirmou que o país não havia apoiado o documento antes porque queria discutir o assunto em escala europeia com os países não representados na cúpula do G20 em São Petersburgo. "Esta é uma tradição da Alemanha. Sempre acreditamos que a Alemanha deve ser o advogado dos países menores na União Europeia, que não têm oportunidade de participar do G20", explicou.
Neste sábado, o secretário de Estado dos Estados Unidos, John Kerry, agradeceu neste sábado a "mensagem forte" dos ministros das relações exteriores da União Europeia sobre a Síria, que exige resposta pelo uso de armas químicas no país árabe. "Estou muito agradecido pela declaração que saiu do encontro a respeito da Síria", disse Kerry em um breve pronunciamento a jornalistas depois de se reunir com os ministros da União Europeia em Vilnius, na Lituânia.
Documento - Na sexta-feira, ao fim da reunião de cúpula do G20, realizada em São Petersburgo, na Rússia, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, disse que uma resposta contra o regime do ditador sírio Bashar Assad é necessária e não deve partir da organização -- deixando claro que ela terá de ser tomada unilateralmente. A Casa Branca, então, divulgou um comunicado que mostra que onze países presentes na reunião pediram uma "resposta internacional firme" à crise síria.
O texto, assinado por Austrália, Canadá, França, Itália, Japão, Coreia do Sul, Arábia Saudita, Espanha, Turquia, Reino Unido e EUA, assinala que as evidências do ataque químico de 21 de agosto, que aconteceu na periferia de Damasco e deixou mais de 1 400 mortos, segundo os EUA, apontam para responsabilidade do regime do ditador e defende os esforços realizados por Washington para "garantir a proibição do uso de armas químicas". A Alemanha tinha sido o único dos países da União Europeia presentes em São Petersburgo a se abster de respaldar a mensagem. O Brasil também não assinou.
EUA - Para o presidente americano, o uso de armas químicas pelo regime sírio abre caminho para uma ação internacional. “Pessoas foram mortas com gás. Isso não é uma coisa que inventamos. Algo que estamos usando como desculpa para uma intervenção. Eu fui eleito para acabar com guerras, não para começá-las. (...) Mas há momentos em que temos que fazer escolhas difíceis para defendermos aquilo que acreditamos. E esse é um desses momentos”, disse Barack Obama, que falou sobre o caso de Ruanda, em 1994, em que quase 1 milhão de pessoas foram massacradas em meio à total falta de ação das potências.
"É unânime que armas químicas foram usadas na Síria e é unânime que elas não devem ser usadas. A maioria do mundo está confortável com a nossa conclusão de que o governo de Assad foi responsável pelo uso (de armas químicas)”, disse Obama, que também anunciou que na próxima terça-feira vai falar diretamente ao povo americano sobre a crise síria e a possível intervenção no país.
07 de setembro de 2013
Veja
(Com agência EFE)
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