"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

segunda-feira, 4 de março de 2019

REDES SOCIAIS SE TORNARAM UM NOVO E PERMANENTE UNIVERSO DE COMUNICAÇÃO

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Charge do Ricardo Welbert (Arquivo Google)
No momento em que governo Bolsonaro estuda uma nova forma de comunicação do governo, tem que ser levar em conta a influência das redes sociais, espaço luminoso da internet. Aliás, como destacou O Globo na edição de ontem, em reportagem não assinada, o Palácio do Planalto já acompanha com grande interesse as tendências colocadas nas redes sociais.
O Globo citou vários exemplos, o último dos quais culminou com o recuo do ministro Sérgio Moro no episódio da anulação da escolha de Ilona Szabó para suplente de um conselho consultivo voltado para a política criminal. Choveu forte na Esplanada dos Ministérios em Brasília e o ministro Sérgio Moro voltou atrás diante das manifestações contrárias a Ilona.
ERRO TÁTICO – Pessoalmente penso que o titular da Justiça não deveria ter recuado. Certamente, o que não foi ainda publicado na imprensa deve ter sido resultado de manifestação do presidente Jair Bolsonaro. No artigo de ontem, lembrei o recuo de Vargas em 1953, no episódio da reação militar a presença de João Goulart no Ministério do Trabalho.
Posso acrescentar hoje outra decisão que o presidente Vargas, na década de 40, quando deixou de chamar o embaixador Oswaldo Aranha nos Estados Unidos para participar do encontro com Roosevelt na cidade de Natal. Já se evidenciava a realizações de eleições em 1945 e Vargas, que amava o poder, sentia que a candidatura Aranha crescia no país. Vargas, que era ditador desde 37 queria habilitar sua candidatura às urnas de dezembro de 45.
MAIS ADIANTE – Não terminou aí a manobra para afastar Aranha. Mais perto do pleito, Vargas recusou-se a homologar uma indicação de Aranha para um cargo no Itamaraty. Aranha então exonerou-se, e Vargas seria deposto a 29 de outubro, praticamente pouco mais de um mês para a redemocratização nas urnas.
Os jornais então se libertaram assim da absurda censura que desabava sobre a imprensa. Hoje, além da televisão, jornais impressos e do rádio, existe um novo poderoso meio que a opinião pública encontrou para se manifestar. Trata-se das redes sociais, cuja importância é cada vez maior. A vitória de Bolsonaro nas eleições de 2018 foi uma consequência direta da utilização do meio rápido e livre que emoldura a internet.
Por isso, o setor de comunicação no Palácio do Planalto terá que levar em conta, além dos meios tradicionais, o novo horizonte que surge e crescerá cada vez mais rapidamente.

04 de março de 2019
Pedro do Coutto

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