"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

sábado, 16 de fevereiro de 2019

OITO EXECUTIVOS DA VALE JÁ ESTÃO PRESOS, SÓ FALTA PRENDER OS MEMBROS DA DIREÇÃO

Policiais levam ao MP documentos apreendidos durante operação — Foto: Carlos Amaral/G1
Além das prisões, houve também  busca e apreensão de documentos
O Ministério Público de Minas Gerais afirma que os oito funcionários da Vale presos na manhã desta sexta-feira (15) tinham pleno conhecimento da situação de instabilidade da barragem 1 da Mina Córrego do Feijão e tinham o dever de fazer a evacuação de risco para que vidas fossem poupadas. As alegações constam no pedido de prisão feito à Justiça.
A operação que apura a responsabilidade criminal pelo rompimento ocorreu em Minas Gerais, em São Paulo e no Rio de Janeiro. A tragédia no dia 25 de janeiro tem 166 mortes confirmadas e 147 pessoas desaparecidas.
ERA OBRIGAÇÃO – “Tinham pleno conhecimento da situação de instabilidade da barragem B1 e tinham poder/dever, cada qual dentro de suas atribuições orgânicas, de adotar providências para a estabilização da estrutura e/ou evacuação da área de risco”, alegou o Ministério Público no requerimento à Justiça.
Para juiz Rodrigo Heleno Chaves, que determinou a prisão, há nos autos “fundadas razões de autoria do crime de homicídio qualificado pelo investigados”. A decisão é da 2ª Vara Cível, Criminal e de Execuções Penais da Comarca de Brumadinho.
“Constato que, aparentemente, no primeiro semestre de 2018, os funcionários da Vale ora representados tinham conhecimento da situação precária da barragem. […] Ao que parece os funcionários da Vale assumiram o risco de produzir o resultado”, diz trecho da decisão.
DIZ ENGENHEIRO – O juiz cita que o engenheiro da TÜV SÜD Makoto Namba, preso em 29 de janeiro e liberado posteriormente, assinou a declaração de estabilidade da barragem e já havia constatado que, dificilmente, seria possível atestar a estabilidade dela. Argumenta também que, mesmo diante de elementos de situação de emergência, funcionários da Vale não acionaram o Plano de Ações Emergenciais.
Com base em elementos colhidos em investigação, incluindo depoimentos, as alegações do Ministério Público foram pela incriminação de Alexandre de Paula Campanha, gerente-executivo da Geotecnia Corporativa da Vale; Artur Bastos Ribeiro e Cristina Heloíza da Silva Malheiros, integrantes da Gerência de Geotecnia; Felipe Figueiredo Rocha, Marilene Christina Oliveira Lopes de Assis Araújo e Hélio Márcio Lopes da Cerqueira, do setor de Gestão de Riscos Geotécnicos; Joaquim Pedro de Toledo, gerente-executivo da Geotecnia Operacional da Vale; e Renzo Albieri Guimarães Carvalho, da Gerência de Geotecnia.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
 – O Ministério Público e a Polícia já pegaram os peixes menores. Com base no depoimento deles, haverá a inevitável prisão do presidente e dos diretores envolvidos nessa tragédia, que já se sabe que poderia ter sido evitada. (C.N.)


16 de fevereiro de 2019
Flávia Cristini e Marina Borges
G1 e TV Globo

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