O tema do título é uma síntese da estratégia adotada até aqui pelos candidatos, em matéria de ocupação nas redes sociais para passar ao segundo turno. Reportagem de Pedro Venceslau, Adriana Ferraz e Vera Rosa, edição de ontem de O Estado de São Paulo, destaca o posicionamento dos principais candidatos, buscando passagem para o segundo turno a 28 de outubro. A conclusão é a de que ninguém poderá vencer num turno só, marcado para 7 de outubro, e assim todos se empenham para figurarem na corrida do desfecho final.
Com base na pesquisa realizada pelo Ibope para a TV Globo e o jornal Estadão, por exemplo, Geraldo Alckmin substituiu o comando da campanha nas redes da Internet. Isso porque chegou à conclusão de que o candidato Tucano estava perdendo intenções de voto para Jair Bolsonaro, situação que, se mantida, iria afastá-lo do segundo turno. O comando da campanha considera Bolsonaro o rival mais perigoso, isso porque passou a admitir que o candidato apoiado por Lula, tem possibilidade de se incluir entre os dois mais votados.
REDES SOCIAIS – O aspecto que mais pressionou Alckmin a rever as mensagens nas redes sociais decorreu da verificação que Bolsonaro vem ocupando o lugar do ex-governador de São Paulo nas pesquisas. Neste caso, além do levantamento do Ibope, também da confirmação pelo Datafolha.
A imagem de Lula, que fatalmente será usada por Fernando Haddad, acarretaria a subida deste na disputa por votos. Entretanto, como escreveram André de Souza e Renata Mariz, em O Globo, também ontem, o Tribunal Superior Eleitoral poderá limitar ou proibir o uso da imagem de Lula pelo ex-prefeito da cidade de São Paulo. Entretanto, tal proibição, com base na lógica dos fatos, poderia se referir ao horário eleitoral da televisão, o que restringiria o uso da imagem do ex-presidente nas redes sociais. Nas redes sociais, seria impossível a proibição.
LIDERANDO – De qualquer forma, analisando-se o panorama geral da campanha verifica-se que Bolsonaro lidera em todos os prognósticos, numa faixa entre 18 e 20 pontos. O segundo lugar é ocupado por Marina Silva. O empenho de Alckmin é para buscar uma polarização entre ele e Bolsonaro, de maneira que ele surja como o anticandidato contra o nome do deputado que exprime a extrema-direita brasileira. Vale acentuar, quanto a este ponto, que Bolsonaro é plenamente representativo de uma corrente ideológica de pensamento.
Na realidade essa polarização ainda não se cristalizou ao longo dos debates e entrevistas, embora Marina Silva tenha tomado a iniciativa de se tornar a candidata antiBolsonaro. Alckmin, com base na reportagem de Venceslau, Adriana e Vera Rosa, tem iniciado um esforço estratégico para completar a outra face do embate central pela chegada ao Palácio do Planalto.
CAMPANHA – A importância das redes sociais é muito grande, principalmente para os candidatos (à exceção de Alckmin), que dispõem de pouco tempo no horário da televisão que começa no próximo dia 31, com a participação dos candidatos a governador. Aliás, ao longo do mês de setembro, um dia será reservado às eleições presidenciais, outro dia às eleições de governador.
Dentro do quadro até aqui esboçado, Bolsonaro parece ser um candidato que passará ao segundo turno. Fica a pergunta: quem disputará com ele o turno final de 28 de outubro.
25 de agosto de 2018
Pedro do Coutto
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