"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

domingo, 1 de abril de 2018

HORA DA FORCA

Confesso que neste final de quaresma e no limiar desta nova páscoa, não me é grato nem um pouco tratar do assunto do qual vou falar. Bem que tentei e visto que da vez anterior bati forte nos gatunos da esperança de nossa gente até pensei que seria o suficiente, mas aí fui ferido pelo olhar lânguido, sofrido e triste de três pequeninos órfãos do tráfico de drogas, no enterro de um chefe de família do morro de São Carlos, no Rio de Janeiro, a que compareci e diante daquela cena que insiste em permanecer em mim, não mais consegui impedir o ímpeto de continuar denunciando os verdadeiros assassinos do pai daquelas criancinhas. Se antes chamei todos de traidores, aqui incluindo os esquerdopatas “papa-defunto gay”, agora clamo ao povo que sejam levados à forca. É isso mesmo. É o que merecem.

Não me refiro ao desforço físico propriamente dito por que não defendo a pena de morte, conquanto admita a morte em combate. Penso como um dia disse o grande jurista italiano Enrico Ferri: que a medicina avança tanto que “o futuro (não muito distante) falará da morte da pena, não da pena de morte”. A forca à qual me refiro resume-se a um castigo muito mais doído do que a morte do corpo dos tais patifes, na medida em que estrangula seu poder, asfixia sua empáfia, estanca sua soberba e sufoca o mal do qual se alimentam, apeando-os do poder ou metendo-os no xilindró. Não auguro tortura maior para aquelas pessoas abomináveis.

Desde que o mundo é mundo que se sabe que o castigo para o traidor é a forca. Assim, talvez não ande muito mal ao falar, em tempos da páscoa, da condenação devida aos traidores do Brasil, já que nas Escrituras se falou da forca em que morreu também um traidor. Judas Iscariotes – um entre os doze - traiu o Filho do Homem que veio para salvar a humanidade. Os onze do Supremo para salvar um ladrão vão trair uma Nação inteira, mas não estão sozinhos.

Aos tais mandarins da República se aliaram todos quantos estão pretendendo preservar a figura do ex-presidente condenado visando a que tudo permaneça apodrecido como agora está e como ficará depois das eleições vindouras. Creiam, porém, tal aliança maldita, conquanto ousada e oportunista, pois composta de gente inescrupulosa, sem princípios e valores, vai se desmanchar ao som dos primeiros embates e depois os aliados vão se trair entre eles para em seguida baterem em retirada como coiotes assustados, tal como ocorreu em 1964.

A verdade é que em face da condenação definitiva do “Ogro” no Tribunal Regional Federal de Porto Alegre, em 26 de março último, tudo quanto queira se arguir para indultar o ex-presidente a mim pouco importa e ao povo do bem igualmente. Ou se prende o bruto ou vamos para o vinagre e se põe na rua tudo que é corrupto alvejado pela Lava Jato ou processado pela Justiça. Os partidários da liberdade para o referido condenado são bem conhecidos.

É traidor do Brasil e da mais legítima expectativa do povo: todo execrável político, quer integre o grupo dos canalhas quer pertença à turma dos covardes, e com ele seus correligionários que governam todos os entes da Federação; os Ministros da Suprema Corte; os príncipes e os mandarins encastelados em uma máquina pública que suga dos que nada tem; a banca e seus banqueiros; os empresários do mal mancomunados com os políticos; as associações profissionais acolitas dos corruptos e dos bandidos do colarinho branco; as entidades sociais chupins dos cofres públicos, a imprensa mercenária e sócia dos poderosos e, também, aqueles que em nome de um comodismo covarde subjugam as Forças Armadas, impedindo que saiam em defesa do povo vitimado, para colocar a ferros toda aquela corja de traidores.

O cidadão de bem, o trabalhador honesto e toda a Nação estão sendo traídos. É dever de todos nós lutarmos por ela com os meios e pela forma que pudermos. É dever de todos certamente, mas àqueles aos quais a Pátria além de tudo o mais entregou suas armas devem liderar a luta, ou seja, devem partir na frente. Não pode haver vingança ou retaliação ou mesmo vãs ameaças destas que os assustem. Não capitulem, o Brasil merece inclusive o sangue de seus filhos. Ponham os temores e interesses pessoais de lado e cumpram primeiro com a Pátria seu dever, que a história não os esquecerá.

O ex-presidente sentenciado não podia estar merecendo tratamento especial. Está puxando 12 anos de cadeia, mas não vai preso. Está inelegível, mas a todos insulta proclamando que é candidato a presidente da república. Não poderia estar fazendo campanha política, mas percorre o Brasil inteiro subindo em palanques, com a benção da Justiça Eleitoral. Quem são os traidores que protegem aquele pulha?

A decisão da Suprema Corte de colocar um ladrão condenado acima da lei e dos interesses do País foi a gota que transbordou o cálice de nossa tolerância e paciência cívica. Defender a democracia é entender que esta não viceja onde o crime prevalece e lhe enxovalha, todo santo dia. “Saber o que é certo e não fazê-lo é a pior das covardias”, disse Confúcio. Saibam os que se escondem atrás não só das palacianas escrivaninhas cujas gavetas guardam suas surradas desculpas e, também, das cortinas esfarrapadas que ornamentam as equivocadas defesas de um já exaurido e depravado estado de direito, que a hora da opção chegou. O que estão pretendendo? Vão trair o Brasil fechando os olhos para a luta de nossa gente contra este estado de coisa ou se opor aos traidores lhes dando um rotundo basta a todo mal que há trinta anos impingem à Nação Brasileira?

Sustenta-se, historicamente, que no Brasil as Forças Armadas não intervêm sem antes o povo por elas clamarem exaustivamente. É verdade. Acontece que diante desta última e inaceitável afronta da Suprema Corte, os movimentos patriotas e independentes que lograram, a par da nojenta classe política que os flanquearam, apear do poder a guerrilheira Dilma, estão convocando para que, em 3 de abril próximo, todos os cidadãos de bem exijam nas ruas aos gritos a prisão do condenado mais execrável da era moderna e da história contemporânea e a continuidade das ações de combate ao desmando e à corrupção. Para rua iremos e nela devemos ficar até sermos atendidos.

Espero e confio que a partir daí as Forças Armadas e as entidades dos homens livres adotem, de imediato e sem tergiversar, as medidas profiláticas necessárias para livrar o Brasil desse pequeno contingente de celerados que domina e escraviza nossa gente. É justamente desta forca para os bandidos que levaram nossa Nação ao caos, vitimando mais de 20 milhões de brasileiros, que falo desta tribuna.

Nossa presença nas ruas naquela data de abril é a alavanca que, acionando o cadafalso da história, vai proporcionar que se pendure toda essa corja repugnante na corda que eles próprios trançaram e que por último os 11 Ministros do STF esticaram desafiadoramente, a partir de suas acintosas e debochadas atitudes contra o povo do Brasil em favor de um facínora desprezível. A hora da forca chegou!


01 de abril de 2018
Jose Mauricio de Barcellos ex-Consultor Jurídico da CPRM-MME é advogado. Email.: bppconsultores@uol.com.br).

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