No caso, o verbo “forjar” está sendo usado em seus dois principais sentidos – “fabricar” e “inventar mentirosamente”. No ano passado, quando conseguiu se livrar das duas denúncias criminais feitas à Câmara dos Deputados, suspendendo temporariamente os processos que seriam abertos no Supremo Tribunal Federal, o presidente Michel Temer sonhou que poderia usar o marketing político até as últimas conseqüências, para limpar seu passado tenebroso e forjar uma imagem de estadista, que favorecesse sua candidatura à reeleição.
Na época, assinalamos aqui na “Tribuna da Internet” que seria ilusão à toa, como diria o genial Johnny Alf, porque a força-tarefa da Lava Jato jamais deixaria Temer sossegado, iria esquadrinhar cada centímetro quadrado de seu currículo– digo, da sua folha corrida.
TUDO CONFIRMADO – Realmente, foi um delírio de Temer, ao julgar que um bom desempenho governamental poderia servir de habeas corpus preventivo para passar a borracha nas armações ilimitadas em que se envolvera.
Agora, está rigorosamente confirmada a informação exclusiva da TI sobre o prosseguimento das investigações sobre Temer, independentemente das duas decisões da Câmara, que teriam blindado o presidente enquanto ele estivesse no desempenho do mandato, até 31 de dezembro deste ano.
Temer sonhou – e ainda sonha – em se candidatar à reeleição, aproveitando a divisão de votos causada pelo grande número de concorrentes e pela ausência do favorito Lula da Silva. Mas as notícias negativas não param de surgir, é um nunca-acabar.
EFEITOS ESPECIAIS – O “personal marqueteiro” Elsinho Mouco, regiamente remunerado com recursos públicos e instalado há oito meses no quarto andar do Planalto, tem se esforçado ao máximo. O presidente Temer dá entrevista todo dia, a assessoria distribui notícias positivas sem cessar, é uma novidade através da outra, ele até anda de bicicleta com a próstata avariada, a equipe palaciana está a merecer o Oscar de Efeitos Especiais.
Mas esta dedicação integral do Planalto à campanha de Temer é inglória. Não há a menor possibilidade de crescimento nas pesquisas, porque a Lava Jato é como o moinho descrito pela criatividade de Cartola e vai reduzir as ilusões a pó.
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P.S 1 – Em outubro, o país terá escolhido outro presidente. E toda vez que isto ocorre, renova-se a esperança, porque os brasileiros têm coração de estudante, como Milton Nascimento genialmente percebeu, ao colocar letra na música de seu amigo Wagner Tiso, uma composição que originalmente se chamava “Jango” e fora criada para a trilha sonora do documentário de Silvio Tendler sobre o ex-presidente estancieiro.
P.S 1 – Em outubro, o país terá escolhido outro presidente. E toda vez que isto ocorre, renova-se a esperança, porque os brasileiros têm coração de estudante, como Milton Nascimento genialmente percebeu, ao colocar letra na música de seu amigo Wagner Tiso, uma composição que originalmente se chamava “Jango” e fora criada para a trilha sonora do documentário de Silvio Tendler sobre o ex-presidente estancieiro.
P.S. 2 – Em 2019 muita coisa mudará no Brasil, especialmente se Jair Bolsonaro, Ciro Gomes ou Alvaro Dias conseguirem fazer coligações e tiverem mais tempo na TV. Quanto aos demais candidatos, para mim eles nem existem. Posso estar errado, é claro, mas é esta a minha opinião. (C.N.)
15 de março de 2018
Carlos Newton
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