Barra de São Miguel, AL - Conhece aquela história manjada do sofá? É parecida com a intervenção que o Temer fez no Rio. Ele acha que retirando o sofá da sala está resolvido o problema do adultério. Pois é, na falta de planejamento, de recursos e de uma polícia inteligente ele manda botar o Exército nas ruas – repõe o sofá na sala - e pronto: está resolvido o problema da segurança pública. É um show de pirotecnia que não vai dar certo, pois a droga distribuída no Rio envolve bilhões de reais e hoje, por incrível que pareça, é quem ajuda a movimentar a economia falida do estado. E mais: não se combate o crime criando mais um órgão para alimentar o cabide de emprego e sacrificar o contribuinte. Se o ministro da Justiça é incompetente, a solução é simples: demita-o. É mais honroso, melhor do que esquartejar o seu ministério.
Ao contrário do que ocorreu na Colômbia, onde os chefes das drogas foram mortos e alguns deportados para os Estados Unidos, no Rio e em outros estados da federação, o narcotráfico não tem apenas uma cabeça, mas várias. É como a Medusa da mitologia Grega: você extermina uma cabeça e logo aparecem outras e mais outras para fortalecer o monstro que o poder público germinou na terra apodrecida.
Boa parte da polícia do Rio está comprometida, tem afinidade com o tráfico e com a venda de armas. O poder público faliu, e o Pezão, para não ficar sem os dedos, preferiu entregar os anéis. Não resistiu a intervenção porque já não governa, chafurdou na lama da corrupção junto com o seu parceiro Cabral e perdeu a moral e a credibilidade para liderar o estado. A declaração inusitada de que aceitou passivamente a intervenção federal é o resultado de um governo fraco, corrupto e inepto. Seria menos vergonhoso que ele renunciasse ao cargo e fizesse uma declaração pública da sua ineficiência e incapacidade e saísse de fininho do palácio.
Na verdade, quem decretou a intervenção no Rio foi o Jornal Nacional com suas edições sobre a violência na cidade. Temer e seus auxiliares foram pautados pela TV Globo, como sempre. Por isso, não acredito na eficiência das suas medidas por improvisadas, pois o problema é epidêmico e envolve fazer uma assepsia na polícia e prender os milionários narcotraficantes intermediários e, por que não dizer, combater com rigor o comércio e o consumo das drogas em alta escala.
O ataque frontal à guerra do tráfico no Rio apenas inibe temporariamente o negócio, mas depois tudo volta ao normal. Durante o policiamento ostensivo, vive-se uma aparente segurança, os bandidos inteligentemente dão uma trégua para simular rendição e depois voltam aos pontos de venda das drogas a céu aberto. Há muito tempo o Rio vem dando sinais de falência na segurança. Os crimes brutais, os tiroteios e os arrastões evidenciam a falta de comando em um estado que foi tomado pela corrupção hierarquizada de cima para baixo. Quando uma criança é assassinada por bandidos ainda dentro do ventre da mãe, conclui-se que a nova geração já nasce morta, vítima dessa violência brutal desmedida que se instalou na cidade.
Engana-se quem pensa que a polícia do Rio vai colaborar com o Exército. Existem atritos entre as corporações: A PM diz-se autônoma e, portanto, vai fazer corpo mole, e a polícia civil, certamente, vai cruzar os braços e torcer pelo fracasso das operações do Exército, que não tem capacidade de desenvolver uma polícia inteligente, pois não foi preparado para fazer investigações no varejo.
A postura do governo federal, repito, é a do marido traído que vê no sofá da sala todos os seus males. Faz-se um alarde danado, alimenta a população de esperança, usa as medidas demagógicas e depois levanta acampamento deixando para atrás uma população assustada, insegura e desprotegida, pois o poder público no Rio de Janeiro definitivamente faliu.
Bem que gostaria de acreditar no arrefecimento da violência na cidade, mas duvido da eficácia da sua operação pela forma amadorística como é conduzida. O ministro da Defesa, Raul Jungmann, que já havia identificado o conflito entre o Exército e as forças policiais do estado, decidiu incentivar a intervenção para assumir sozinho a responsabilidade pelo combate a violência.
É uma aposta arriscada quando você desloca tropas do Exercito, formadas por jovens soldados, para combater outro exército, o da droga, que conhece palmo a palmo o seu campo de batalha.
20 de fevereiro de 2018
Jorge Oliveira
Ao contrário do que ocorreu na Colômbia, onde os chefes das drogas foram mortos e alguns deportados para os Estados Unidos, no Rio e em outros estados da federação, o narcotráfico não tem apenas uma cabeça, mas várias. É como a Medusa da mitologia Grega: você extermina uma cabeça e logo aparecem outras e mais outras para fortalecer o monstro que o poder público germinou na terra apodrecida.
Boa parte da polícia do Rio está comprometida, tem afinidade com o tráfico e com a venda de armas. O poder público faliu, e o Pezão, para não ficar sem os dedos, preferiu entregar os anéis. Não resistiu a intervenção porque já não governa, chafurdou na lama da corrupção junto com o seu parceiro Cabral e perdeu a moral e a credibilidade para liderar o estado. A declaração inusitada de que aceitou passivamente a intervenção federal é o resultado de um governo fraco, corrupto e inepto. Seria menos vergonhoso que ele renunciasse ao cargo e fizesse uma declaração pública da sua ineficiência e incapacidade e saísse de fininho do palácio.
Na verdade, quem decretou a intervenção no Rio foi o Jornal Nacional com suas edições sobre a violência na cidade. Temer e seus auxiliares foram pautados pela TV Globo, como sempre. Por isso, não acredito na eficiência das suas medidas por improvisadas, pois o problema é epidêmico e envolve fazer uma assepsia na polícia e prender os milionários narcotraficantes intermediários e, por que não dizer, combater com rigor o comércio e o consumo das drogas em alta escala.
O ataque frontal à guerra do tráfico no Rio apenas inibe temporariamente o negócio, mas depois tudo volta ao normal. Durante o policiamento ostensivo, vive-se uma aparente segurança, os bandidos inteligentemente dão uma trégua para simular rendição e depois voltam aos pontos de venda das drogas a céu aberto. Há muito tempo o Rio vem dando sinais de falência na segurança. Os crimes brutais, os tiroteios e os arrastões evidenciam a falta de comando em um estado que foi tomado pela corrupção hierarquizada de cima para baixo. Quando uma criança é assassinada por bandidos ainda dentro do ventre da mãe, conclui-se que a nova geração já nasce morta, vítima dessa violência brutal desmedida que se instalou na cidade.
Engana-se quem pensa que a polícia do Rio vai colaborar com o Exército. Existem atritos entre as corporações: A PM diz-se autônoma e, portanto, vai fazer corpo mole, e a polícia civil, certamente, vai cruzar os braços e torcer pelo fracasso das operações do Exército, que não tem capacidade de desenvolver uma polícia inteligente, pois não foi preparado para fazer investigações no varejo.
A postura do governo federal, repito, é a do marido traído que vê no sofá da sala todos os seus males. Faz-se um alarde danado, alimenta a população de esperança, usa as medidas demagógicas e depois levanta acampamento deixando para atrás uma população assustada, insegura e desprotegida, pois o poder público no Rio de Janeiro definitivamente faliu.
Bem que gostaria de acreditar no arrefecimento da violência na cidade, mas duvido da eficácia da sua operação pela forma amadorística como é conduzida. O ministro da Defesa, Raul Jungmann, que já havia identificado o conflito entre o Exército e as forças policiais do estado, decidiu incentivar a intervenção para assumir sozinho a responsabilidade pelo combate a violência.
É uma aposta arriscada quando você desloca tropas do Exercito, formadas por jovens soldados, para combater outro exército, o da droga, que conhece palmo a palmo o seu campo de batalha.
20 de fevereiro de 2018
Jorge Oliveira
Nenhum comentário:
Postar um comentário