Do lado de fora, PM tranquiliza as mulheres dos presos |
Um vídeo que circula nas redes sociais mostra cenas dentro do presídio Milton Dias Moreira, em Japeri, durante a rebelião, que começou na tarde deste domingo. Nas imagens, alguns detentos usam camisas brancas para cobrir os rostos. É possível ouvir também barulhos de tiros. Um dos presos chega a gritar: “A bala comendo, a bala comendo”. A represália acabou no fim da noite deste domingo, após longa negociação. As 18 pessoas mantidas reféns, sendo oito agentes penitenciários e dez internos, foram liberadas.
Durante a represália, três presos ficaram feridos numa troca de tiros com policiais. A polícia apreendeu duas pistolas, um revólver, uma granada, além de uma lanterna. Os agentes do Grupo de Intervenção Tática (GIT) estão fazendo uma revista nas celas e o confere dos presos.
TENTATIVA DE FUGA – A represália começou na tarde de domingo, depois de uma tentativa frustrada de fuga de detentos armados. Equipes dos batalhões de Choque e de Operações Especiais (Bope) foram enviadas para a unidade, que abriga 2.051 internos.
A rebelião aconteceu logo após a Secretaria de Administração Penitenciária (Seap) decretar alerta máximo em 54 cadeias do estado por conta do risco de represálias à intervenção federal na segurança pública do Rio. Com o alerta máximo, as fiscalizações nas celas passa a ser feita com uma frequência maior do que a habitual.
Foi justamente o risco de “instabilidade no sistema” que levou a Seap a decretar o alerta máximo nos presídios. Isso, segundo fontes do setor, acirrou ainda mais os ânimos. A medida, nas palavras de um agente penitenciário que pediu anonimato, foi tomada em um momento de “vácuo de poder”: a intervenção federal já está em vigor, mas ainda sem detalhes de planejamento definidos nem mudanças nas polícias Civil e Militar, no Corpo de Bombeiros e na própria administração penitenciária, apesar de o general Braga Netto ter carta branca para fazê-las.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Não é brincadeira, não. Além de pistolas e revólver, havia até uma granada com os presos. O fato demonstra a cumplicidade entre agentes penitenciários e detentos. Aqui no Brasil, as facções ameaçam as famílias dos agentes e eles são obrigados a “colaborar”. No Japão, para evitar a cooptação dos agentes, todos os funcionários dos presídios, inclusive os dirigentes, trabalham com máscaras cirúrgicas nos rostos. E os presos são proibidos de olhar para os funcionários e agentes. Se o fizerem, vão para a solitária. Foi assim que o Japão derrotou a Yakusa, a mais sangrenta máfia do mundo, que hoje atua em outros países. Mas quem se interessa? (C.N.)
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