Jogar as culpas dos problemas brasileiros no passado colonial e escravagista, como faz o Jessé Souza, é tão imbecil quanto jogá-las nos portugueses, nos negros, nos índios, no capitalismo ou na indefectível ditadura militar.
A experiência das últimas décadas provou, acima de qualquer possibilidade de dúvida, que meros programas de TV podem mudar as crenças, emoções e condutas dos brasileiros da noite para o dia, sem que o tal “peso do passado” ofereça a isso a menor resistência.
O Brasil é um imenso hímen complacente, se não um cu complacente. Modas e cacoetes importados entram na nossa alma com a mesma facilidade com que ONGs estrangeiras entram no nosso território como se fosse uma casa-de-mãe-joana e fazem aí o que bem entendem.
Nossa vulnerabilidade à influência internacional, nossa maleabilidade, nossa ânsia de novidade, descontinuidade e mudança, nosso ódio ou desprezo ao antigo — o que é o mesmo que dizer: desprezo por nós mesmos –, tudo isso advém da nossa falta de iniciativa intelectual, do nosso desamor ao conhecimento, fenômeno que não pode ser explicado por nenhum “passado” justamente porque no passado foi muito menor do que hoje.
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Em pleno regime escravagista, negros e mulatos estudaram em casa e fizeram, sem ajuda de ninguém, a grandeza intelectual do Brasil-Império. Tudo isso acabou. Se as culpas do nosso atraso fossem da escravidão, teríamos de concluir que ela passou a atrapalhar muito mais depois de extinta do que no tempo de Machado de Assis e Cruz e Souza.
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Se é preciso achar um culpado pelos males nacionais, aponto um agora mesmo: os intelectuais, que em vez de cumprir o seu dever só pensam em impor suas malditas agendas internacionais e subir na vida vendendo lixo importado.
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Os intelectuais sabem que são a principal força agente da transformação social e se gabam disso, mas, quando tudo acaba em merda, eles jogam a culpa em todo mundo menos neles mesmos.
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Num país que é recordista mundial de homicídios, matando o equivalente a três guerras do Iraque por ano, os intelectuais — e, na esteira deles, os legisladores e juízes — só pensam em punir piadinhas e em impor ao povão as mais sonsas futilidades da moda internacional.
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Os carinhas estão fodendo o Brasil e jogando a culpa em pirocas do século XVIII.
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Todo brasileiro que estudou no exterior já volta à pátria afiando a piroca.
30 de dezembro de 2017
Olavo de Carvalho
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Em pleno regime escravagista, negros e mulatos estudaram em casa e fizeram, sem ajuda de ninguém, a grandeza intelectual do Brasil-Império. Tudo isso acabou. Se as culpas do nosso atraso fossem da escravidão, teríamos de concluir que ela passou a atrapalhar muito mais depois de extinta do que no tempo de Machado de Assis e Cruz e Souza.
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Se é preciso achar um culpado pelos males nacionais, aponto um agora mesmo: os intelectuais, que em vez de cumprir o seu dever só pensam em impor suas malditas agendas internacionais e subir na vida vendendo lixo importado.
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Os intelectuais sabem que são a principal força agente da transformação social e se gabam disso, mas, quando tudo acaba em merda, eles jogam a culpa em todo mundo menos neles mesmos.
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Num país que é recordista mundial de homicídios, matando o equivalente a três guerras do Iraque por ano, os intelectuais — e, na esteira deles, os legisladores e juízes — só pensam em punir piadinhas e em impor ao povão as mais sonsas futilidades da moda internacional.
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Os carinhas estão fodendo o Brasil e jogando a culpa em pirocas do século XVIII.
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Todo brasileiro que estudou no exterior já volta à pátria afiando a piroca.
30 de dezembro de 2017
Olavo de Carvalho
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