"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

quinta-feira, 28 de setembro de 2017

DESMORALIZAÇÃO DE AÉCIO NEVES PREJUDICA A BASE DE APOIO A MICHEL TEMER

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Apoio de Aécio era fundamental para Temer
A decisão da primeira turma do Supremo Tribunal Federal, ao suspender o mandato do senador Aécio Neves, sejam quais forem os desdobramentos que vai provocar, sem dúvida alguma representou uma forte deterioração da imagem do presidente licenciado do PSDB, com reflexos na posição do partido em relação à denúncia contra o presidente Michel Temer. Foi um duro golpe desfechado logo no início da articulação desenvolvida pelo Palácio do Planalto para blindar o julgamento do presidente da República pelo STF.
Aécio Neves é senador, mas sua influência no PSDB significava uma base de apoio na Câmara à posição de Temer. Recorda-se que na primeira denúncia de Rodrigo Janot 22 deputados tucanos votaram a favor da continuidade do processo e 21 foram contrários. Na parcela desses 21 registrou-se influência anunciada por parte de Aécio.
AS COISAS PIORARAM – Naquela ocasião, o senador mineiro já estava afastado da presidência nacional do partido, mas estava numa posição muito melhor do que a que se encontra no momento. Inclusive porque as denúncias contra Temer e Aécio tiveram a mesma procedência em matéria de delação premiada. Joesley Batista divulgou gravações feitas no Palácio Jaburu e também na residência de Aécio Neves.
Aécio Neves disse ter apenas aceitado um empréstimo de R$ 2 milhões de reais que pedira ao controlador da JBS. Sua versão evidentemente encontra-se rejeitada pela opinião pública do país. Tanto assim que teve ele de se afastar da direção dos tucanos. Michel Temer foi gravado pelo mesmo Joesley e não apresenta nenhuma explicação. Somente tenta se recolher numa espécie de bunker estratégico de onde se irradiam luzes tornando clara a corrupção desenvolvida.
A matéria que focaliza a decisão do STF afastando Aécio é de Carolina Brígido, em O Globo desta quarta-feira.
COMPRANDO VOTOS – Verbas públicas estão sendo usadas para seduzir votos decisivos. Mas o povo do país não autorizou a realização desse sombrio pagamento marcado pela troca de ações ilegítimas. Um amigo meu, o médico Pedro Campello, em conversa informal, colocou um tema bastante sensível no episódio que se desenrola na Esplanada de Brasília.
Ele diz, com razão, que este era o caso de as oposições recorrerem ao Supremo contra o uso de verbas públicas para fins particulares do chefe do Executivo. Deixo aqui a idéia, que considero legítima e procedente. Afinal, é preciso distinguir bem as causas e seus limites entre o público e o privado. O Presidente Michel Temer, claro, tem pleno direito de defesa. Porém não com utilização de recursos do Tesouro Nacional, como é público e notório.
PRIVATIZAR A ELETROBRAS – Nesta quarta-feira o Valor, em matéria de Rafael Bitencourt, reproduziu declarações do ministro de Minas e Energia, Fernando Coelho Filho, sobre o projeto de privatização da Eletrobrás. Disse o titular da Pasta que o modelo final, incluindo a colocação de ações no mercado será entregue ao presidente Michel Temer nos próximos dias. Frisou que a estatal tem ativos avaliados em 170 bilhões de reais. Acrescentou, entretanto, que há necessidade de superar alguns desafios.
Um deles, na minha opinião, está na dúvida se o desafio maior poderá ser ultrapassado com a pulverização das ações da holding. Pulverização capaz de transformar a União de majoritária em minoritária no capital da empresa. Deve-se levar em conta que a manutenção, digamos, de 40% dos papeis, não significa posição minoritária, desde que os outros 60% estejam divididos por vários sócios.
Como tudo é relativo, definição de Einstein, quem possui 40% é dono da maior parte do capital com direito a voto.  Vamos aguardar o modelo final anunciado pelo ministro Fernando Coelho.

28 de setembro de 2017
Pedro do Coutto

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