"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

quinta-feira, 28 de setembro de 2017

PARA DISPUTAR SUCESSÃO, MEIRELLES VINCULA SUA IMAGEM À RECUPERAÇÃO ECONÔMICA

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Aos poucos, Meirelles já está fazendo campanha
Para consolidar seu projeto presidencial em 2018, o ministro Henrique Meirelles (Fazenda) tentará reforçar o vínculo entre sua imagem pública e os números da economia, ao mesmo tempo em que buscará refúgio da crise política que se abate sobre o governo de Michel Temer.
Uma possível candidatura ao Palácio do Planalto colocará o ministro em uma encruzilhada, em que enfrentará o desafio de defender a política econômica adotada durante o mandato de Temer enquanto tenta minimizar o desgaste de participar de uma gestão impopular.
ISOLADO – Desde que assumiu o ministério, em maio de 2016, Meirelles se isolou em uma bolha: concentrou-se em elaborar medidas fiscais, pensar as grandes reformas e perseguir o equilíbrio das contas públicas.
Suas interações com o grupo de Temer foram limitadas e suas incursões na política partidária, tímidas – o que rendeu críticas de líderes da base aliada e até de sua própria sigla, o PSD.
Nos próximos meses, o ministro deve manter a pauta econômica como linha condutora de sua possível candidatura. Em atos recentes com claro potencial eleitoral, como o vídeo que gravou para um encontro de pastores evangélicos, seu principal objetivo foi ligar seu nome à retomada do crescimento.
NA HORA EXATA – Apesar de movimentos feitos nas últimas semanas, em que chegou a ser apresentado como pré-candidato à Presidência, Meirelles pediu que seus aliados congelassem as articulações políticas até o ano que vem. O ministro acredita que só conseguirá viabilizar uma candidatura ao Planalto se puder subir no palanque amparado por números incontestáveis de recuperação do PIB nacional.
Com frequência, Meirelles diz que só será possível embarcar nesse projeto se estiver presente o “feel good factor” – que seria uma sensação de bem-estar difundida na população, baseada principalmente na abertura de vagas de emprego e no crescimento da renda.
Aliados do ministro reconhecem que a bolha econômica de Meirelles deve se romper assim que ele se lançar de fato na arena eleitoral, uma vez que há sinais de que ele poderá ser apoiado pelo Planalto na campanha das eleições de 2018.
JUCÁ ELOGIA – O presidente nacional do PMDB, Romero Jucá, afirmou nesta terça-feira (dia 26) que Meirelles é um bom quadro eleitoral. “O ministro é um dos nomes que está sendo colocado, é um nome pertinente e um excelente quadro”, disse. “É um excelente quadro para qualquer partido.”
Auxiliares de Temer tratam a candidatura de Meirelles como um bom caminho para garantir a defesa do legado do governo na eleição, mesmo que o ministro não adote um discurso de defesa fervorosa do presidente e tente se desvincular de sua imagem.
Nesse cenário, conselheiros de Meirelles apontam que sua candidatura tende a aproveitar a força da máquina do governo, mas ainda precisará encontrar uma fórmula para reduzir sua contaminação pelos escândalos que atingiram Temer e seus aliados.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG 
– Meirelles é pré-candidato pelo PSD e já está em campanha. A reportagem da Folha somente se equivoca quando diz que ele poderá ter apoio do governo e usar a máquina partidária. Pelo contrário, não terá apoio algum. Temer sonha em ser candidato à reeleição, para manter o foro privilegiado e escapar do juiz Moro. Esperava ser apoiado por Meirelles, mas os dois serão rivais na disputa. (C.N.)

28 de setembro de 2017
Bruno Boghossian
Folha

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